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Dia 16 de dezembro de 1995, Há exatamente dez anos, o Atlético goleava o Central-PE (4 a 1, na antiga Baixada) e comemorava o empate do Mogi Mirim contra o Coritiba (1 a 1, em São Paulo). A combinação de resultados dava ao Rubro-Negro o título daquela Série B. De quebra, o Coxa – o vice-campeão – também encerrava um período amargo na Segundona.

Era o fim de uma competição histórica para a dupla Atletiba. Naquele mesmo ano, os dois clubes mais tradicionais do estado passaram por revoluções administrativas e, com empresários visionários à frente do futebol, retornaram à elite sem dar chances para os adversários.

No Atlético, sob a liderança de Mário Celso Petraglia, dava-se o primeiro passo rumo à modernização. As construções do CT do Caju e da Arena da Baixada, além do título do Brasileirão 2001 e do vice da Libertadores 2005.

Do lado alviverde, com o comando dos empresários Joel Malucelli, Edson Mauad e Sérgio Prosdócimo, vinha o ressurgimento – após sofrer seis anos antes um rebaixamento por vias administrativas (leia-se canetada de Ricardo Teixeira).

Uma década mais tarde, atleticanos e coxas-brancas relembram dos momentos e das curiosidades que marcaram o segundo escalão de 1995. Até então, nunca a Segunda Divisão tinha tido tanta repercussão e tamanha presença de público – média superior a 10 mil pessoas nos jogos da Baixada e do Couto Pereira.

"Aquela campanha foi o primeiro passo da longa caminhada. Não poderíamos fazer o que fizemos se não estivéssemos hoje na Primeira Divisão", admite Mário Celso Petraglia, que havia assumido o Atlético seis meses antes do acesso. "Nosso time era muito forte. Tanto que praticamente a mesma equipe ficou entre os oito melhores do país na Série A do ano seguinte. Ali começaram as grandes vendas com Oséas e Paulo Rink", relembra o dirigente atleticano, que viu a famosa dupla de ataque marcar junta 22 vezes naquele torneio.

No Alto da Glória, pratas da casa como Pachequinho e Alex se misturaram a veteranos como Ademir Alcântara, Zambiasi e Brandão. A mescla promovida pela nova diretoria deu certo. Como conseqüência do feito, os coritibanos equilibraram as finanças, reformaram o Couto Pereira e voltaram mais tarde à Libertadores. A estabilidade só sucumbiu neste ano – com a inédita queda dentro de campo.

"Assumimos quando o clube não tinha dinheiro para jogar contra o Rio Branco, em Paranaguá, e estava com dois meses de salário atrasado. Bancamos do nosso bolso toda a Série B. Naquela época não havia nenhum benefício e a competição era muito mais difícil", recorda Joel Malucelli, que presidiu o Coritiba nos dois anos seguintes.

Joel também lembra de características bem particulares da Segundona daquela época. Segundo ele, no Atletiba decisivo para o Coxa (o Atlético já havia garantido o acesso), uma forte pressão policial teve que ser feita em cima do árbitro Dalmo Bozzano, de Santa Catarina, antes da partida no Couto Pereira – que foi vencida pelos donos da casa por 3 a 0 (e carimbou o passaporte da equipe à Série A).

"O chefe do policiamento era meu parente e ele avisou ao árbitro que se ele não apitasse direito não teria como conter a revolta da torcida. Aquele juiz tinha uma estreita relação com o Atlético e tivemos que nos garantir até com o Ivens Mendes (presidente da Comissão de Arbitragem da época) para que a arbitragem fosse isenta", afirma.

Mário Celso Petraglia nega qualquer pressão em cima de árbitros. "A Série B é igual até hoje. As dificuldades e as facilidades são as mesmas. Nunca houve esse tipo de coisa", garante.

Uma história que – apesar de um final feliz para ambos os lados – segue viva pelas polêmicas.

Campanha AtléticoCampeão28 jogos20 vitórias5 empates3 derrotas47 gols marcados20 gols sofridosTime-base: Ricardo Pinto; Neto, Luís Eduardo, Ricardo (Jean) e Ronaldo; Alex, Leomar, João Antônio e Everaldo (Helinho); Oséas e Paulo Rink.Técnicos: Zequinha e Pepe.

Campanha do CoritibaVice-campeão28 jogos15 vitórias10 empates3 derrotas47 gols marcados17 gols sofridos.Time-base: Renato; Marcos Teixeira, Zambiasi, Auri e Paulo César Campinas; Claudiomiro, Marquinhos Ferreira, Ademir Alcântara e Alex; Pachequinho (Vital) e Vilmar. Técnicos: Paulo César Carpegiani, Dirceu Krüger e Lori Sandri

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