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Isabella da Cunha, Andréa Braga, Marina Sella e Kissia do Nascimento, integrantes do Comitê | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Isabella da Cunha, Andréa Braga, Marina Sella e Kissia do Nascimento, integrantes do Comitê| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Enquanto cerca de 3 mil pessoas encaravam a chuva para a passeata da última quinta-feira, cinco jovens em uma sala de reuniões no Centro de Curitiba se dividiam entre a vontade de seguir a manifestação e o dever de seguir as próprias estratégias de mobilização: denunciar as violações de direitos de informação e moradia, além do desperdício de recursos públicos que a Copa do Mundo tem gerado.

Ao lado de outros 15 colegas, o grupo se reúne a cada duas semanas para discutir as ações do Comitê Popular da Copa em Curitiba – um movimento fundado a partir da mobilização de outras organizações não governamentais (entidades de defesa de direitos humanos, sindicatos, cooperativas, conselhos regionais) e que faz parte de uma rede de 12 comitês, cada um em uma cidade subsede do Mundial de 2014.

Pelo menos dois anos antes de a população sair às ruas para fazer reivindicações de diversas ordens, entre elas a contestação dos gastos com o evento da Fifa, o núcleo era atuante em Curitiba.

"No ano passado, a partir do dossiê que entregamos ao Tribunal de Contas contestando a utilização pervertida do potencial construtivo [concedido pela prefeitura de Curitiba ao Atlético para financiar as obras na Arena] foi instaurada a investigação que resultou no pedido de suspensão, no ano passado, do repasse de verbas, que é dinheiro público aplicado em uma entidade privada", conta a assessora jurídica da ONG Terra de Direitos (uma das entidades da rede do Comitê), Júlia Ávila Franzoni, 28 anos.

"Queremos ver que rumo esse movimento das ruas vai tomar. Vimos pessoas gritando ‘Da Copa eu abro mão’, que é um lema do Comitê e isso nos anima", diz a estudante de Direito Isabella da Cunha, 21.

Na linha de frente do braço curitibano anti-Copa estão militantes a partir de 21 anos. Elas participam das reuniões e repassam as decisões e tarefas para outros integrantes, via e-mail. Promovem atos públicos, passeatas, palestras e debates em escolas e universidades, além do trabalho de conscientização de comunidades diretamente atingidas pelas obras para o Mundial.

"Queremos sensibilizar a população não só pela questão dos gastos públicos, mas sobre a violência de decisões arbitrárias dos governos, tirando direitos previstos em legislação", destaca a assistente social Andréa Braga, 36. "E também pela ausência de espaços de participação da sociedade nas decisões sobre o Mundial. Temos entidades públicas que não divulgam documentos que solicitamos sobre os projetos", emenda Isabella.

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