Seleção argentina comemora o segundo ouro seguido no futebol masculino dos Jogos Olímpicos| Foto: REUTERS/Phil Noble

Maradona no gramado

Diego Maradona comemorou no gramado do estádio Ninho do Pássaro a conquista da segunda medalha de ouro seguida dos argentinos nas Olimpíadas. O ex-camisa 10 viu a vitória sobre a Nigéria por 1 a 0 da tribuna de honra e desceu para o campo depois do apito final.

Ele ainda consolou Ronaldinho Gaúcho, que recebeu o bronze com o Brasil. Maradona tem relação especial com dois dos campeões argentinos: Sergio Agüero, que é namorado de sua filha Gianina e será pai do primeiro neto do "Pibe"; e Lionel Messi, apontado pelo próprio Diego como seu sucessor no futebol argentino.

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Espírito olímpico: Diferente de Atlanta-96, quando a seleção brasileira não apareceu para receber o bronze, time de Dunga participa da cerimônia de premiação do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos
Depois de superar a Nigéria, argentinos comemoram o bicampeonato olímpico conquistado em Pequim
Ronaldinho Gaúcho um dos mais festejados na cerimônia de premiação no Ninho do Pássaro, em Pequim. Atacante do Milan recebe os cumprimentos do presidente da Fifa Joseph Blatter
Ronaldinho recebe os cumprimentos de Maradona, após a cerimônia de premiação do futebol nos Jogos Olímpicos de Pequim
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O torneio de futebol masculino das Olímpiadas de Pequim foi um prato cheio para os times que buscavam vingança. O Brasil se vingou de Camarões, apesar de ter caído nas semifinais. E na decisão, a Argentina, que havia perdido a medalha de Ouro em Atlanta 96 para a Nigéria, venceu seu algoz neste sábado (23) por 1 a 0 e conquistou o bicampeonato da competição (em Atenas 2004 superou o Paraguai).

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O gol da vitória foi marcado pelo meia Di Maria, um dos destaques do time durante os Jogos. A Argentina chega ao segundo título, dando um tom ainda mais dramático à eliminação da seleção brasileira.

A conhecida vitalidade dos times africanos ganhou força por causa do calor que castigou os jogadores durante a partida. Trinta e nove graus de temperatura, 47 graus de sensação térmica. Na sombra. Até os nigerianos, normalmente acostumados, mostravam certo abatimento.

Mas quem sentiu mesmo foram os sul-americanos. Após 10 minutos de pressão, quando chegou a reclamar um pênalti de Dele Adeleye sobre Messi, a Argentina puxou o freio de mão e reduziu o ritmo. O toque de bola já não era mais tão envolvente e as jogadas de contra-ataque não tinham o mesmo poder de fogo.

A Nigéria, então, se viu com campo para jogar. E com espaço para tocar a bola, criando as jogadas de ataque. Okoronkwo, pelo lado direito, e Odemwingie, pelo esquerdo, eram armas perigosas. Mas com o passar do tempo, nem mesmo os nigerianos conseguiram manter a pegada. Até o técnico da Nigéria, Samson Siasia, que estava parado no banco de reservas e protegido pela cobertura, suava insesantemente, pingando o tempo todo.

Aos 30 minutos, o árbitro Viktor Kassai percebeu que a situação estava crítica e parou a partida. Foram quase dois minutos de paralisação para a hidratação e descanso. As expressões de alívio no rosto dos atletas eram um claro sinal de que não estava fácil ficar em campo. Quando a bola voltou a rolar, A Nigéria perdeu a sua principal oportunidade. Aos 34, Odemwingie, pela esquerda, passou por Zabaleta e cruzou para a área com força. A bola foi parar do lado oposto, nos pés de Okoronkwo. O atacante fez novo cruzamento, o zagueiro Garay falhou, e a bola bateu sem querer no corpo de Isaac, quase encobrindo o goleiro argentino Romero.

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A Argentina voltou para a etapa complementar com a mesma estratégia. Foi para o abafa, na tentativa de abrir o placar e, então, reduzir o ritmo, cadenciar o jogo. A diferença foi que aos 8 minutos conseguiu o seu objetivo. Messi dominou no meio-campo e lançou Di Maria. O meia avançou em velocidade, entrou na área e tocou para cima do goleiro Vanzekin. Um golaço!!!

Os hermanos, como era previsto, recuaram. Abraçaram o contra-ataque e fizeram dele o seu melhor amigo. E casaram com a sorte. Aos 25 minutos, depois de nova parada para hidratação, a Nigéria chegou perto do empate. Obinna cruzou da direita, a bola novamente cruzou a área sem que ninguém a tocasse e, antes do chute de Odemwingie, o zagueiro Pareja, de peixinho, mandou para escanteio.

O casamento com o jogo defensivo fez aniversário aos 34, quando o técnico da Argentina, Sergio Batista, decidiu tirar Agüero, companheiro de Messi no ataque, para lançar o meia Sosa. A Argentina recuou ainda mais, trazendo a desesperada Nigéria para cima. Aos 39, Anichebe, que entrara no lugar de Okoronkwo, desviou cruzamento da esquerda, mas Romero, bem posicionado, salvou a Argentina. Foi a última chance dos africanos, que pressionaram nos minutos finais, mas esbarraram no sistema defensivo dos argentinos.