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Henrique Rodrigues tem como companheiro de treinamento Thiago Pereira. | Arquivo pessoal
Henrique Rodrigues tem como companheiro de treinamento Thiago Pereira.| Foto: Arquivo pessoal
  • Khiuani Dias chegou a participar da aclimatação da seleção brasileira no Japão, mas foi cortada por causa de uma lesão.
  • Luca Glaser pôde sentir um pouco do clima olímpico participando da colônia do COI.

O último ato da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, hoje, será uma apresentação de oito minutos preparada pelo comitê organizador da Olim-píada de Londres, em 2012. Uma passagem simbólica da responsabilidade de realizar o principal evento esportivo do planeta. Um marco também para os atletas. O apagar da pira olímpica significará o encerramento do ciclo de Pequim e o início do ciclo de Londres.

É pensando neste período olímpico que se inicia que estão três jovens atletas paranaenses. Khiuani Dias (ginástica), Henrique Rodrigues (natação) e Luca Glaser (triatlo) têm menos de 20 anos e planos de assistir do Estádio Olímpico, e não de casa, o encerramento dos Jogos da capital inglesa.

A experiente

Com apenas 16 anos, Khiuani já tem nove anos de experiência e esteve muito perto de embarcar para Pequim.

"Fiquei duas semanas com a equipe no Japão durante a aclimatação, mas não estava na minha melhor forma para uma competição importante", revela a atleta, que sofreu duas fraturas, passou por uma cirurgia no braço direito e esteve afastada dos treinamentos por dois meses antes dos Jogos.

"Eu sabia que seria difícil ganhar ritmo de competição até o início da Olimpíada, mas minha ‘ficha só caiu’ lá no Japão. Agora estou focada nos treinamentos, pensando nas próximas competições porque quero estar em Londres ajudando o Brasil."

Embora considere boa a participação da ginástica artística brasileira na China (oitavo lugar no geral por equipes), Khiuani acredita que falta precisão nos movimentos e mais dificuldade nas séries. "Precisamos e podemos acertar mais, ter mais segurança."

A ginasta, que mora em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, esteve em várias etapas de Copa do Mundo entre 2007 e 2008 e participou da conquista da medalha de prata por equipe nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Seu principal aparelho é a trave, no qual o Brasil teve uma das piores passagens durante a competição na China.

"É o aparelho que tenho conseguido o melhor rendimento. Quero melhorar mais para ter condições de chegar muito bem em Londres. Mas antes teremos outras competições internacionais."

Braçadas precisas

Entre os resultados positivos na Olimpíada chinesa está a performance do nadador César Cielo, que conquistou duas medalhas, inclusive o primeiro ouro para a natação brasileira na história dos Jogos. No que depender do empenho do curitibano Henrique Rodrigues, a natação continuará tendo bons competidores. Há um ano e meio treinando no Minas Tênis Clube, Rodrigues vem ganhando maturidade e condição física para disputar competições internacionais até chegar à sua principal meta, a Olimpíada de Londres, em 2012.

"Quando cheguei em Belo Horizonte, sabia que para Pequim seria difícil atingir os índices, então o meu foco esteve voltado para 2012 desde o começo de 2007."

Com apenas 17 anos, o atleta, companheiro de clube de Thiago Pereira e Rodrigo Castro, se destaca entre os nadadores da mesma idade.

No Brasileiro Juvenil do ano passado, Rodrigues derrubou os recordes nacionais dos 200 medley, com 2min09s30, e dos 400 medley com 4min40s39, para a categoria. Na Copa Latina deste ano, melhorou seu tempo nos 200 m para 2min06s33. A marca está longe dos 1min54s23 do recorde mundial conquistado pelo fenômeno americano Michael Phelps nesta Olimpíada, mas o jovem atleta garante que seu treino é forte, e dispara. "Quero ir para Londres não apenas para competir, mas para trazer medalhas para o Brasil."

No Mundial Júnior de Natação, em julho deste ano, no México, Rodrigues começou a mostrar seu valor ajudando a equipe brasileira a conquistar a medalha de bronze no revezamento 4 x 100 m livre.

Além de ser destaque nas provas de medley, o curitibano apresenta bons resultados em provas de velocidade como os 50 m livre, que consagrou Cielo campeão olímpico. "Em setembro, vou competir no Troféu José Filho nos 200 m e 400 m medley e tentarei também os 50 m livre, prova em que estou começando a me especializar agora", planeja.

Até 2010, Rodrigues pretende ter desempenho suficiente para alcançar índices olímpicos. Também planeja seguir o modelo de Cielo, que buscou treinamento fora do país.

"Vou seguir no Minas ano que vem e, em 2010, quero passar uma temporada fora para ganhar mais experiência e treinar com grandes nomes."

Sonho antecipado

Com quatro anos de antecipação e sem a pressão de estar competindo, a triatleta curitibana Luca Glaser teve a oportunidade de sentir o gosto da Olimpíada. Ela participou da Olympic Youth Camp, programa de intercâmbio esportivo e cultural que possibilita a jovens atletas acompanhar uma edição dos Jogos, conhecendo atletas, instalações e assistindo a competições. O Comitê Olímpico Internacional (COI) recebeu indicações do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e escolheu Luca e o iatista carioca Alexandre Alencastro para representar o Brasil. "Fiquei 15 dias em Pequim, foi maravilhoso. Tenho mais vontade e força para lutar por uma vaga na Olimpíada de Londres."

Luca começou a treinar e competir em Curitiba, com apenas oito anos. Há pouco mais de um ano mudou-se para Vila Velha (ES) e treina no Centro Nacional de Treinamento da Confederação Brasileira de Triathlon.

"Está sendo uma experiência diferente, acho que faltam alguns detalhes para ser perfeito. Mas ficar longe de casa me fez crescer como atleta", revela a jovem, que se dedica ao esporte cerca de seis horas por dia, de segunda a sábado.

Com isso, vieram os resultados mais importantes da carreira da jovem de 18 anos. Um terceiro lugar no Campeonato Pan-Americano Júnior em Brasília (2006) e um 44º lugar no Mundial Júnior, este ano, na Suíça.

"Considero o Mundial a minha primeira prova de triatlo com organização e atletas de alto nível", diz Luca, criticando a falta de apoio ao triatlo brasileiro. "Temos muitos talentos, mas é difícil conseguir treinar e ir em frente. Quero aproveitar a oportunidade."

A curitibana voltará aos treinos na próxima semana e passará por um momento de adaptação com um novo técnico. Ela treinava com Luiz Fernando Catta Preta há cinco anos e revela estar abalada com a mudança de técnico.

"Vou passar por um período de adaptação, treinar forte e começar a competir em um nível mais avançado." O empenho e entusiasmo da atleta tem um único objetivo. Ir novamente para uma Olimpíada, mas desta vez competindo pelo Brasil.

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