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Formiga disputou a primeira Olimpíada em Atlanta-1996. | Bruno Domingos/Mowa Press
Formiga disputou a primeira Olimpíada em Atlanta-1996.| Foto: Bruno Domingos/Mowa Press

O futebol feminino abre o calendário de competições da Olimpíada do Rio nesta quarta-feira (3). E logo no primeiro dia da Rio-2016, um recorde será batido. Ao entrar em campo para defender o Brasil diante da China, às 16h, no Engenhão, a volante Formiga vai se tornar a mulher brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos.

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Na capital carioca, a jogadora vai disputar sua sexta Olimpíada, deixando para trás a ex-levantadora Fofão, do vôlei, com cinco. Ela ainda vai se igualar a Rodrigo Pessoa (hipismo), Hugo Hoyama (tênis de mesa), Robert Scheidt e Torben Grael (vela) – os recordistas do país, todos com seis presenças olímpicas no currículo.

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O comportamento da baiana em campo não reflete os 38 anos que carrega nas costas, 21 deles na seleção. A veterana transforma-se em uma garota: é uma das mais ativas do time, movimenta-se muito, orienta, desarma e apoia o ataque com fôlego invejável. Formiga, cujo verdadeiro nome é Miraildes, faz jus ao apelido que recebeu aos 12 anos justamente pelo perfil ‘incansável’.

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“Ela não é desse planeta. É considerada defensiva, mas arma o time, finaliza de fora da área, chuta com as duas pernas e tem um incrível poder de percepção para antecipar as jogadas. É uma jogadora praticamente completa. A Formiga é o grande símbolo do futebol feminino no país”, elogia o ex-técnico do Atlético Vadão, que comanda a seleção feminina desde 2014.

Tirar a camisa 8 de campo é um sacrifício. O treinador admite que é sempre complicado convencer a atleta a ser poupada em algumas partidas. “Ela fica brava quando não joga. Quer sempre estar em campo”, conta.

Formiga, incansável aos 38 anos.Bruno Domingos/Mowa Press

Formiga, porém, vive os últimos momentos na seleção. Depois da Olimpíada do Rio, ela deixará de vestir a camisa verde-amarela, mas não vai se aposentar em definitivo. Pretende jogar por clubes por até mais dois anos “se as pernas aguentarem”, como diz. Ninguém duvida.

“Ela é o termômetro da equipe. O time se transforma com e sem ela em campo. Já estou ficando triste, pois é a última competição internacional dela”, diz a ex-jogadora e hoje comentarista Leda Maria, que foi companheira de Formiga nos Jogos de Atlanta-1996, quando a volante tinha apenas 16 anos.

Duas vezes medalhista de prata (Atenas-2004 e Pequim-2008), Formiga sonha com a conquista do ouro inédito na modalidade para encerrar a trajetória na seleção. Além da China, as meninas brasileiras encaram na primeira fase da Rio-2016 Suécia e África do Sul.

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Após abandonar os campos, Formiga pretende seguir no futebol como técnica, função ainda pouco ocupada pelas mulheres no país. Das 12 seleções que estarão nos Jogos do Rio, quatro terão treinadoras no comando: o tetracampeão olímpico Estados Unidos, além de Alemanha, Suécia e África do Sul.

O time nacional brasileiro nunca foi comandando por uma mulher, mas para o atual técnico Vadão uma mudança de perfil está perto de ser consolidada. “Existe uma tendência, até uma motivação da Fifa para que se coloquem as mulheres nos cargos grandes do futebol feminino. É projeto da CBF também que amanhã alguém vai estar no meu lugar e esse alguém pode ser uma mulher. Isso vai ser um processo natural de substituição”, analisa.

Nos últimos meses, algumas ex-jogadoras, como Pretinha e Sissi, foram chamadas para serem auxiliares pontuais da seleção. A atacante Cristiane é a favor de uma mulher como técnica do Brasil, mas ressalta é preciso qualificação. “É importante que a gente comece a atuar nessa função, mas é preciso estudar. Eu não concordo muito em você parar de jogar e já começar a atuar como treinadora. Tem de estudar, fazer cursos, se preparar realmente para ir além do conhecimento como atleta”, opina.

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