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Arthur Zanetti participa do Programa Atletas de Alto Rendimento, mantido pelos ministérios da Defesa e do Esporte | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Arthur Zanetti participa do Programa Atletas de Alto Rendimento, mantido pelos ministérios da Defesa e do Esporte| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mesmo com Arthur Zanetti prestando continência no pódio da prata nas argolas da Rio-2016 nesta segunda-feira (15), o técnico Marcos Goto não poupou críticas ao Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), dos ministérios da Defesa e do Esporte, do qual o ginasta faz parte como sargento da Aeronáutica.

O ginasta é um dos 145 atletas militares da delegação brasileira. Desse total, 143 são integrantes do PAAR, que desde 2008 incorpora esportistas nos quadros do Exército, Marinha e Aeronáutica. Apenas três são militares de carreira. Os atletas do PAAR podem ficar oito anos em uma das corporações, sem possibilidade de subir de patente, recebendo o soldo de sargento, em torno de R$ 3.100.

Zanetti valoriza mais a prata na Rio-2016 do que o ouro em Londres-2012

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“Eles nem treinam lá [no quartel]. São só contratados deles [Forças Armadas]. Quem dá o treino sou eu, não os militares”, enfatiza Goto. Os atletas do PAAR se apresentam apenas uma vez por ano à sua unidade das Forças Armadas para treinamento militar.

Goto critica o fato de as Forças Armadas só incentivarem o esporte quando o atleta já está formado e não na base. “Apoiar atleta de alto nível é muito fácil. Quero ver apoiar a criança até chegar lá”, aponta. “O dia em que os militares fizerem uma escolinha, apoiarem a iniciação, a formação de técnicos, que nosso país não tem, aí eu tiro o chapéu para eles. Agora não”, continua.

Já Zanetti minimizou a crítica. “Fiz a continência porque é um modo de expressar o respeito pelo meu país, já que faço parte da Força Aérea”, afirma.

Crise

Tanto Goto quanto os ginastas vêm elogiando muito a estrutura de treinos para a Rio-2016.

Em 2013, um ano após conquistar o ouro com Zanetti em Londres, o treinador cobrou duro os cartolas para melhorar as condições de treino. Deu resultado, mas agora há o temor de que tudo se perca com a crise econômica no país.

“Nós estamos no Brasil e medo a gente tem a todo momento [de perder apoio financeiro]”, afirma Goto. “Se mantiver o que foi investido na ginástica para a Rio-2016, vamos para a Olimpíada de 2020 muito bem”, compara.

Zanetti foi na mesma linha. “Espero que o investimento continue. A gente não sabe o que vai acontecer depois desse ano. Mas espera que nenhum investimento diminua, não só no esporte, mas para tudo em nosso país”, torce o ginasta.

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