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Yelena Isinbayeva está ameaçada de não disputar a Rio-2016 por causa da suspensão da Rússia, motivada por acusação de doping generalizado. | Franck Fife/AFP
Yelena Isinbayeva está ameaçada de não disputar a Rio-2016 por causa da suspensão da Rússia, motivada por acusação de doping generalizado.| Foto: Franck Fife/AFP

Ameaças, intimidações dos serviços secretos e problemas em série na hora dos exames: a Agência Mundial Antidoping (Wada) voltou a fazer duras acusações contra a Rússia, nesta quarta-feira (15), a dois dias do anúncio da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) sobre a participação ou não do país nas provas da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

“Agentes armados do FSB [os serviços secretos russos] ameaçaram expulsar fiscais de controles antidoping do país”, publica a Wada no seu relatório.

Em novembro, a Rússia foi banida de todas as competições internacionais de atletismo por causa de outro relatório bombástico de uma comissão independente da Wada, que denunciou um esquema de “doping organizado” envolvendo até os mais altos escalões do governo.

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As cenas descritas no relatório divulgado nesta quarta-feira aconteceram em áreas militares, de difícil acesso, que viraram locais de residência de atletas para despistar os fiscais antidoping.

“Os atletas sabem que é preciso ter autorização especial para entrar nessas áreas”, explica a Wada, ressaltando que os fiscais são vítimas de “intimidações”, quando resolvem se aventurar por lá. Alguns teriam sido até ameaçados de expulsão do país.

Apesar de todas essas ameaças, 2.947 exames antidoping foram realizados em atletas russos de 18 de novembro de 2015 a 29 de maio de 2016, com 52 resultados “anormais”, 49 por apresentar Meldonium, a substância que resultou na suspensão da tenista Maria Sharapova.

O Meldonium entrou na lista de produtos proibidos em janeiro deste ano, por isso muitos atletas flagrados acabaram sendo absolvidos, o que não foi o caso de Sharapova.

Punições coletivas

A Wada afirma que 736 exames não puderam ser efetuados durante o período. Além dos números, a entidade deixa claro que a cultura do doping ainda está enraizada no país. “Vários laboratórios credenciados pela Wada constataram que caixas que contém amostras foram abertas pela alfândega russa”, denuncia o relatório.

O relatório também cita a presença de um “laboratório analítico operacional” na sede do campeonato nacional de levantamento de peso. No laboratório “havia uma centrífuga e outros equipamentos de análise funcionando e os atletas tinham acesso direto”.

Além da decisão de sexta-feira sobre a participação da Rússia nas provas de atletismo do Rio-2016, o país também está no olho do furacão por causa do comportamento de torcedores violentos que protagonizaram incidentes durante a Eurocopa de futebol, na França.

Tanto que a seleção russa é ameaçada de expulsão do torneio em caso de novas confusões em estádios, o que seria uma mancha terrível para o país-sede da Copa do Mundo de 2018. Ou seja, mais uma vez, os atletas do país correm risco de ser punidos coletivamente por problemas nos bastidores. Se a IAAF resolver manter a exclusão dos Jogos, estrelas como a bicampeã de salto com vara Yelena Isinbayeva não irão ao Rio.

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