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"Vamos decidir de uma vez. Não dá mais para esperar." A frase do presidente do Conselho de Administração do Coritiba, Júlio Militão da Silva, ao entrar no Couto Pereira por volta das 18 horas de ontem, parecia o prenúncio do fim da novela que se tornou a sucessão eleitoral no Coritiba. Porém, no final das contas, mais um dia terminou sem resposta. A posição final seria realmente tomada ontem, mas a divulgação ficou para hoje pela manhã.

O motivo alegado por Militão para mais um dia de espera foi a necessidade de digitar as cerca de 30 páginas da ata da reunião que deliberou sobre a disputa política entre o atual presidente Giovani Gionédis e o opositor Tico Fontoura.

Em princípio, a indefinição era para ter terminado terça-feira, mas um documento trazido à tona pela chapa da situação prolongou o imbróglio. Ele comprovaria que os nove membros da atual Diretoria Executiva estavam licenciados de seus cargos no clube e por isso poderiam votar normalmente.

A resposta da oposição não demorou. Logo em seguida foi apresentada ao Conselho uma manifestação contra a defesa de Gionédis. Assinado pelo advogado Gustavo Frazão Nadalin, ela contém palavras fortes na tentativa de provar que o documento apresentado pela situação teria sido forjado.

Num dos trechos mais contundentes, o advogado transcreve o seguinte: "A Recorrente pugna pela falsidade deste documento, que foi redigido, assinado e protocolado com data retroativa, num conluio envolvendo pessoas da mais alta tradição junto à família coxa-branca, mas que a serviço de um presidente desesperado em tentar salvar sua reeleição, acabaram por praticar um verdadeiro estelionato eleitoral."

Ele ainda cita a não existência do polêmico documento na ata da reunião eleitoral do dia 5 de dezembro e o fato do papel conter apenas a assinatura do então presidente do Conselho de Administração, Jorge Wachelke, e não dos outros quatro componentes da mesa, como requer o estatuto do clube.

Os correligionários de Gionédis, que não quer se manifestar sobre o assunto até ouvir a posição final, seguem repetindo que "a eleição foi ganha no voto". Eles preferem não comentar ainda sobre o que será feito no caso de reviravolta no processo eleitoral.

Do outro lado, seja qual for o veredicto de hoje, Fontoura e sua chapa prometem respeitá-lo para não tumultuar ainda mais o ambiente. Em caso de derrota, está descartada uma incursão na justiça comum.

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Mesmo sem estar garantidos nos cargos – devem sair se Fontoura ganhar a batalha jurídica –, os três novos responsáveis pelo departamento de futebol, Almir Zanchi, Odivonsir Frega e Capitão Hidalgo, continuam trabalhando. Depois de confirmada a permanência do técnico Márcio Araújo, está em andamento a reformulação do elenco.

A debandada de jogadores cujo contrato vence no final do mês já começou. Quatro atacantes que defenderam o Coxa em 2005 estão praticamente acertados com outros clubes: Marciano e Alcimar vão disputar o Campeonato Paulista pelo Atlético de Sorocaba, Maia deve acertar com o Juventude e Tiago com o Atlético-MG. O meia-atacante Caio, principal destaque do time na temporada, esteve reunido com a diretoria ontem para discutir uma possível renovação de contrato. Porém, diante da procura de vários clubes, também não deve ficar.

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