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O nome Lothar Matthäus é grande no futebol. Talvez do tamanho da força hercúlea que ele vai precisar para resolver os primeiros problemas de sua aventura abaixo da linha do Equador. Nada perto de estrangular um leão de pele invulnerável ou limpar estábulos não cuidados há 30 anos, proezas que fazem parte da lista dos 12 trabalhos de Hércules, herói da mitologia grega. Mas também são 12 os principais desafios do ex-craque alemão a partir de segunda-feira em Curitiba.

IIdioma, costumes e estilo de jogo novos. Nada assustou Matthäus quando ele aceitou treinar um time brasileiro. Agora chegou a hora de ver na prática se as diferenças entre Brasil e Alemanha, tanto na vida pessoal como profissional, podem atrapalhar o desempenho do treinador. A mulher e o mais novo dos cinco filhos chegam para morar junto com ele em julho, após a Copa do Mundo.

IIEntre as diferenças, a mais preocupante é o idioma. O próprio Matthäus vai escolher seu intérprete entre candidatos pré-selecionados pelo Atlético. A principal dúvida é se o técnico vai conseguir motivar o time via tradutor.

IIIRapid Viena (Áustria), Partizan Belgrado (Sérvia e Montenegro) e seleção da Hungria. É esta a modesta experiência do ex-craque alemão na beira do campo. No Atlético, terá de mostrar que, acima de uma jogada de marketing do clube e da Stellar Group, empresa inglesa que gerencia sua carreira, veio para deslanchar na nova função.

IV"Parece que vou ter trabalho", declarou Matthäus à imprensa alemã, ao saber que o Atlético estava patinando no início da temporada. Ninguém esperava, mas o time está com sérias dificuldades na primeira fase do Paranaense. O período, que deveria ser de simples adaptação, na verdade será o primeiro desafio prático do treinador.

VDe acordo com o planejamento da diretoria, tudo deve estar dentro dos conformes para a estréia do Rubro-Negro na Copa do Brasil, considerada uma grande oportunidade de voltar à Libertadores. No dia 15 de fevereiro, o técnico estará em São Luís (MA) para a estréia no torneio mata-mata, contra o Moto Club.

VIDepois de ver por DVD algumas partidas do Furacão no Brasileiro, o técnico declarou ter ficado impressionado com o atacante Dagoberto. Agora, em meio às conversações para renovação de contrato do atacante, terá de conviver com uma possível crise de relacionamento entre jogador e diretoria.

VIIA histórica oposição entre a ginga do futebol brasileiro e o estilo robótico utilizado na Alemanha não preocupa o treinador. Ele prefere tentar aproveitar o que há de bom nos dois países. "Se conseguirmos unir a disciplina tática alemã e a agilidade do jogador brasileiro, teremos um time praticamente imbatível."

VIII"Meu esquema preferido é o 4–4–2", informou Matthäus em sua passagem pelo Brasil no começo do mês. Fica a dúvida de como ele vai adaptar os ofensivos laterais Jancarlos e Michel Bastos à sua preferência tática. Ele próprio já foi personagem importante de um 3–5–2, ao deixar a meia para jogar como líbero nos últimos anos da carreira.

IXO futebol agressivo do lateral-esquerdo Michel Bastos aumenta ainda mais o dilema sobre formação tática. No ano passado, como ala ofensivo, foi um dos destaques do Brasileiro pelo Figueirense. No início de 2006, mais preso na defesa, está tendo dificuldades. "Nunca escondi minha preferência de jogar avançado, mas vamos esperar ele chegar para ver. Quem sabe é o treinador", disse Michel.

XMatthäus vai encontrar o Atlético com uma das defesas mais vazadas do fraco Paranaense. Cairá bem uma dose da famosa marcação alemã, com a sincronia entre volantes e zagueiros. Mas a torcida espera que o ex-camisa 10 não esqueça sua vocação criativa e ofensiva sentado no banco de reservas.

XIO treinador terá de escolher seu camisa 1 preferido. Substituto de Diego em várias partidas no ano passado, Tiago Cardoso começou a temporada como titular, mas falhas nos dois últimos jogos tiraram parte de seu crédito. Cléber voltou ao clube bem recomendado pela ótima campanha em 2005 no Santa Cruz.

XII"Na Alemanha os dirigentes não costumam passar a mão na cabeça de jogadores." A frase do comentarista Gerd Wenzel, especializado no futebol alemão, pode ser o prenúncio de choques entre Matthäus e atletas que abusem do jeitinho brasileiro. Ainda mais com um comandante de temperamento difícil.

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