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Paranavaí – Edenílson tomou um susto quando trombou com o todo-poderoso Sue Myung Moon, o Reverendo Moon, fundador da Igreja da Unificação, doutrina também chamada de moonismo. O inusitado encontro com o Senhor do Segundo Advento, que é como os seguidores chamam o coreano de 87 anos, aconteceu durante uma série de amistosos do Cene no Oriente, em 2002. O artilheiro do ACP no Estadual com 13 gols tem vínculo com a equipe do Mato Grosso do Sul até o fim deste ano. "Vi o Reverendo umas duas vezes. Mas nem dava para chegar perto. O cara vivia cercado de seguranças", recordou o atacante.

Até então, Edenílson sabia apenas que era um dos milhares de empregados de Moon espalhados pelo mundo. Desde 2000, quando assumiu o controle do endividado Atlético de Sorocoba e mais tarde do Cene, o megaempresário religioso estendeu seus tentáculos sobre o futebol brasileiro.

"Mas lá é bem tranqüilo, ninguém mistura as coisas. Nunca fui obrigado a seguir as orientações da Igreja dele. Jogador é para jogar bola. A religião ficava mais para o pessoal da diretoria e alguns outros funcionários", explicou o matador de 25 anos, espírita de carteirinha.

Criado nas divisões de base do Operário-MS, Edenílson passou também por Rio Branco-SP, Juventude-MT, Atlético de Sorocaba e Cannes-FRA antes de aceitar o convite do diretor de futebol Lourival Furquim para defender o Vermelhinho a partir de dezembro do ano passado.

"Lá no Cene ninguém fica muito tempo. Sempre acaba emprestado para algum lugar", afirmou ele, revelando a política do clube do Centro-Oeste.

Valorizado pelos gols no Paranaense, o centroavante diz que não prorrogará seu contrato com o Cene. Deve aceitar alguma das inúmeras sondagens que não o deixam se afastar do celular e depois negociar o pagamento da multa rescisória. "Ouvi alguma coisa do Recife", resumiu, sem entrar em detalhes.

Porém, a preocupação do artilheiro no momento é outra. Expulso na semifinal contra o Cori-tiba por demorar para sair no momento em que ia ser substituído, o atacante não estará em campo no domingo contra o Paraná, no primeiro joga da decisão do Regional. "É chato só ficar na torcida, porque ainda quero brigar pela artilharia. Mas eu confio nos meus companheiros", comentou ele, a três gols do atleticano Alex Mineiro, principal goleador da competição.

Espécie de "filho" de Edenílson em Paranavaí, o meia Agnaldo, 21 anos, é outro do ACP que tem a vida administrada pelo Reverendo pelo menos até o fim de 2008. "Lá é bom porque pagam direitinho", disse o armador, que já vendeu picolé e salgados em Campo Grande e agora pode jogar o Brasileiro por Coritiba ou Atlético. "Que reviravolta!", espanta-se.

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