• Carregando...
“A cada ano esta rixa se acirra, é bacana. Nós queremos manter, e elas quebrar a série.” Fabi, líbero do Unilever | Fotos: Alexandre Arruda/ CBV
“A cada ano esta rixa se acirra, é bacana. Nós queremos manter, e elas quebrar a série.” Fabi, líbero do Unilever| Foto: Fotos: Alexandre Arruda/ CBV

Vale a pena ver de novo

Relembre as cinco finais anteriores entre Rio e Osasco:

2004/2005

Na época o Sollys era chamado de Finasa. Dirigido por José Roberto Guimarães, conquistou 21 vitórias em 24 partidas, incluindo o triunfo sobre o rival Rexona/Ades, fechando o tricam­­peonato. Destaque para a atacante Paula Pequeno.

2005/2006

O Rio de Janeiro precisou do quinto jogo para fechar a série em 3 a 2. Nos último duelo, na capital fluminense, um surpreendente passeio dos cariocas (3 a 0). O confronto marcou a despedida da levantadora Fernanda Venturini, mulher de Bernardinho.

2006/2007

Título decidido no quinto set do quinto confronto. De novo pesou a experiência do time de Bernardinho, primeira equipe tetracampeã da história da Superliga (havia conquistado os troféus também em 97/98 e 99/00, representando o Paraná).

2007/2008

Pela primeira vez a Superliga foi decidida em uma única partida. O Rio fez valer o fator casa – 3 a 1 no Maracanãzinho.

2008/2009

De novo no Rio. De novo Rio. Apenas com placar diferente: 3 a 2.

Sollys/ Osasco e Unilever/ Rio de Janeiro decidem hoje, a partir das 9h45, no Ginásio do Ibira­­puera, em São Paulo, o título da Superliga Feminina de Vôlei.

Parece até notícia antiga, mas, exceção a algumas adaptações como o local do confronto e os nomes fantasia, a frase que abre essa reportagem é atualíssima, o que confirma a monotonia que tomou conta do Campeonato Brasileiro. Há seis temporadas que as mais poderosas equipes do país, bases da seleção medalha de ouro em Pequim-08, se encontram na final. Jogos emocionantes, invariavelmente resolvidos apenas no quinto set, mas que, no fim, reafirmaram a previsibilidade do torneio. Nas mãos do multicampeão Ber­­nardinho o time carioca enfileirou os quatro últimos títulos.

"Isso é muito chato. As equipes merecem porque se prepararam. Só que, em termos de campeonato, é muito chato", opina o ex-jogador Maurício Jahu, co­­mentarista dos canais ESPN, relacionando a ausência de novidades a uma certa imaturidade dos adversários na formação dos elencos. "É preciso escolher melhor as jogadoras, mesmo tendo menos condições financeiras", ensina.

Há, porém, quem veja a Su­­per­­liga 09/10 como o pontapé de uma reviravolta no vôlei feminino – transformação já sacramentada entre os homens. "A distância já não é tão grande assim", afirma Leila, duas medalhas olímpicas de bronze no currículo (Atenas-96 e Sydney-2000). "O caminho desta vez não foi tão fácil como nos anos anteriores. O Rio sofreu muito para passar pelo São Caetano nas semifinais. Osasco derrotou o Pinheiros agora, mas no Paulista perdeu a fi­­nal", emenda a comentarista da TV Globo, lembrando que Sollys x Unilever veio substituir a ri­­va­­li­­dade entre Leites Nestlé e Sadia, que marcou a década de 90.

Os dois clubes reforçam o discurso otimista de Leila. "As partidas têm sido decididas no último ponto dos últimos sets. Quem assistiu a Rio e São Caetano sabe disso", diz a meio de rede Thaisa, do Sollys, constantemente convocada por José Roberto Guima­­rães para o time nacional. "São Caeta­­no investiu pesado, com Mari, Sheilla e Fofão. No final, porém, nossa competência foi maior, por isso estamos aí", completa a ponteira Érika, única remanescente da passagem da Unilever (Rexona na época) por Curitiba – o time ficou sediado na capital paranaense até 2004.

A monotonia, apesar de negada, é usada como arma motivacional em Osasco. Luizomar de Moura, técnico e gerente administrativo do Sollys, tem usado o tabu para mexer com o brio das atletas. "Perder uma vez para mim já é revoltan­­te, imagine quatro... Está entalado. Pre­­ci­­sa­­mos ganhar", diz Thai­­sa. "A maior força delas é estarem juntas há muito tempo e isso facilita muito", re­­força Jaqueline, substituta de Paulo Pequeno, deixando clara a aposta no talento individual, ponto forte do grupo paulista, citado por Maurício Jahu e Leila como essencial para as duas vitórias de Osasco sobre o rival na temporada.

"A cada ano esta rixa se acirra, é bacana. Nós queremos manter, e elas quebrar a série", diz a líbero Fabi, do Rio, exaltando o conjunto e o po­­der de decisão do time carioca, ar­­mas na ma­­­­nutenção da hegemonia. Ou da mo­­no­­tonia.

Ao vivo

Sollys/ Osasco x Unilever, às 9h45, na RCP TV, Bandeirantes e SporTV.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]