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São Paulo (Folhapress) – O Brasil tem seu primeiro campeão mundial de judô. Ontem, o gaúcho João Derly, 24 anos, venceu suas seis lutas (quatro por ippon) e entrou para a história do país como o único medalhista de ouro em Mundiais. O título no meio-leve (até 66 kg) foi a 15.ª medalha do Brasil na competição, que só perde em importância para a Olimpíada.

Antes de Derly, o único judoca do país que conseguira lutar pelo lugar mais alto do pódio foi Aurélio Miguel. O principal nome da história da modalidade no Brasil perdeu duas finais do torneio.

Agora, para Derly completar o "trio de ouro" do judô, só falta a medalha olímpica. Além do Mundial do Cairo (Egito), ele já havia conquistado o Mundial júnior, em 2000 – no peso ligeiro (60 kg).

A trajetória do gaúcho na chave foi convincente. Seu primeiro confronto foi contra o austríaco Andreas Mitterfellner, que chegou credenciado por bons resultados nas competições européias, e perdeu por ippon. A seguir, bateu Ackson Mulemwa, de Zâmbia, também com o golpe perfeito, superou o húngaro Miklos Ungvari e o cubano Yordanis Arencibia, bronze em Atenas. Na semifinal, derrotou por ippon o georgiano David Margoshvili após ter ficado em desvantagem no placar.

Na decisão, enfrentou o japonês Masato Uchishiba, ouro em Atenas e tido como favorito pela Federação Internacional de Judô.

Derly não tomou conhecimento do adversário. Conseguiu a primeira pontuação com 20 segundos de luta. E decidiu não administrar a vantagem: Aplicou o ippon decisivo aos 42 segundos.

A medalha marca a volta por cima do judoca. Tido como uma das principais esperanças no ciclo olímpico passado, Derly acabou fora dos Jogos de Atenas.

Após uma série de bons resultados no peso ligeiro, ele começou a ter dificuldade para permanecer na categoria dos 60 kg – chegou a ser suspenso por doping após um controle detectar a presença de diuréticos. No Pan de Santo Domingo, precisou perder peso às pressas e não conseguiu competir na plenitude de sua forma. Foi a gota d’água. A comissão técnica então o orientou a subir para o meio-leve e ele nem sequer disputou o Mundial de Osaka – logo depois do Pan. Na nova classe, Derly chegou a ser anunciado como finalista da seletiva olímpica contra Henrique Guimarães. Mas um recurso do clube Pinheiros ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) obrigou a realização de nova eliminatória e ele foi superado por Leandro Cunha.

Em 2005, Derly não deu chances para seus adversários. Nas seletivas nacionais e no Pan, sua trajetória foi similar à do Mundial: quase sempre venceu por ippon, o golpe perfeito do judô.

Mundial de Judô, às 10h30, no Sportv.

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