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Otimismo Campanha irrepreensível faz torcida crer no título

Paranavaí – É da cadeira número 21 do Waldemiro Wágner que o vendedor Florisvaldo Domingues, de 62 anos, acompanha a maior paixão de sua vida, maneira carinhosa de ele se referir ao ACP. Presença constante no estádio, o senhor de cabelos muito bem tingidos não costuma perder nem treino do Vermelhinho.

Em dia de jogo, faz questão de chegar bem cedo ao Felipão. Capaz de contar em detalhes a ascensão meteórica do time vice-campeão paranaense de 2003, seu Florisvaldo não costuma perder nada sobre o time. E ai de quem ouse falar mal.

"Sou louco pelo ACP. Desde que o clube foi fundado eu ando por aqui", relembra o vendedor, sem tirar o olho do gramado. É dia de coletivo e o técnico Amauri Knevitz deve confirmar a escalação que enfrenta o Paraná no primeiro jogo das finais do Paranaense, com Léo Santos no ataque, no lugar do suspenso Edenílson, e o títular Gilberto Flores de volta à lateral-direita. "Nós vamos para a cabeça, não tem boca não. Chega de vice", crava ele.

Seu Florisvaldo é exemplo típico do sentimento que tomou conta de Paranavaí com a campanha da equipe no Estadual. Por toda a cidade é possível ver bandeiras e faixas de apoio ao Vermelhinho. Camisas oficiais do ACP, só no mercado informal. Ou com ágio.

"A humildade desse time conquistou a cidade. Independentemente do resultado já estamos todos em festa. A briga vai ser boa, mas dessa vez tem de dar", diz o consultor de vendas Elifas Soares de Oliveira, de 27 anos, com a autoridade de quem não perdeu um jogo sequer do Vermelhinho no WW. "E já viajei para Cianorte e Londrina. Quem sabe não apareço lá em Curitiba também", completa, fazendo planos para a grande decisão. (CEV)

Paranavaí – "Deus dá graça aos humildes." O adesivo na janela do quarto do trio Diego Corrêa (zagueiro), Gilberto Flores (lateral-direito) e Sérgio (goleiro) na concentração sob as sociais do Waldemiro Wágner revela em que o ACP se apegou para chegar à decisão do Campeonato Paranaense pela segunda vez na história.

Mesmo banalizado após a conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari em 2002, não tem como fugir do termo "família" ao avaliar o bom momento do time de Amauri Knevitz. Tanto que a definição, sinônimo de união no dicionário da bola, é recorrente nas palavras dos jogadores a cada entrevista.

E não deixa de ser verdade. Basta uma visita ao Felipão para descobrir os segredos do Vermelhinho-07.

Logo na entrada, entre um telefonema e outro para a Federação Paranaense de Futebol (FPF), o diretor de futebol Lourival Furquim faz as honras da casa. É ele quem centraliza os poderes no clube, sempre de uma forma mais do que democrática.

"A porta da minha sala está sempre aberta. A toda hora tem jogador aqui. Pedem rodada de pizza, ajuda para trazer a família, de tudo um pouco", diz ele, sempre de bermudão.

Furquim coordena a concentração em cima de três regras básicas: horários rígidos para as refeições; 22 horas como limite para se voltar ao estádio-lar; e a proibição de andar sem camisas pelo WW. De resto, tudo é negociável, na base da amizade. "Mas basta um olhar meu de reprovação e tudo se revolve", afirma o cartola.

Quase metade do elenco mora no Waldemiro Wagner – Vanderlei, André, Rodrigo De Lazzari, Augusto, Gustavo e Jonas se juntam ao trio de devotos. São seis quartos para até três pessoas cada.

"Aqui é bem melhor, tem ar-condicionado", brinca o zagueiro Rodrigo De Lazzari, citando a diferença básica que o fez recusar a proposta de morar no Hotel Rio Grande do Norte, espécie de pensão a poucas quadras do Felipão, apelido do estádio municipal, e morada de outros 11 atletas do Paranavaí. "A liberdade é total", reforça Gustavo, enquanto tenta dar uma geral no quarto que divide com Vanderlei e De Lazzari para "sair bem na foto".

É justamente o fato de atuar em casa literalmente que a "Família Knevitz" aposta para abrir vantagem na final contra o Paraná. "O ambiente é sensacional. Ainda não tinha visto nada parecido", comenta o técnico. "Me dá uma saudade quando eles estão de folga. Por isso estou sempre por aqui", reforça o "pai" do Vermelhinho.

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