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Faixa de campeão era para Flávio um item tão comum quanto as luvas. Fazia parte do seu cotidiano até sua controversa saída do Atlético, onde decolou sua carreira na segunda metade dos anos 90.

Na Baixada, conquistou quatro estaduais (98, 00, 01 e 02), uma Seletiva para a Libertadores (99) e o Brasileiro da Série A (01) nos oito anos em que vestiu a camisa rubro-negra. Antes, havia comemorado o Alagoano duas vezes, pelo CSA. A partir de 2003, o camisa 1 teve de se adaptar ao momento de seca.

Apesar das exibições acima da média e de sua inquestionável importância para a equipe, não foi capaz de levar o Paraná ao topo do pódio. "Infelizmente, desde que estou aqui, ficamos dois anos sem nos classificar para a segunda fase do Estadual. Foi muito triste", comentou o camisa 1.

"Todos que jogam futebol querem títulos. Eu não sou diferente. Ainda mais quando o Paraná está há quase nove anos sem ganhar o Paranaense e podemos ajudá-lo a recuperar a hegemonia regional", complementou, ressaltando o bom momento do clube, com a união fora de campo para a reforma da antiga casa, a Vila Capanema.

Essa saudade de levantar troféus está prestes a terminar. Hoje, basta não sofrer três gols para voltar a dar uma volta olímpica. Melhor defesa do Estadual, com 15 gols em 19 jogos, o Tricolor não viu suas redes balançarem três vezes na mesma partida este ano. Sofreu, no máximo, dois gols, sendo derrotado apenas um par de vezes – sempre por diferença mínima. Pelo retrospecto, os bons tempos estão de volta à vida do Pantera.

Mais do que o triunfo pessoal, a volta por cima – que começou com os títulos simbólicos de goleiro menos vazado do Brasileiro passado e deste Paranaense – representa a consagração. Com esse aditivo no currículo, ele passa definitivamente de ex-rival adotado pela torcida a ídolo na Vila Capanema. Um caso raro de consenso. Com defesas milagrosas e constantes demonstrações de dedicação ao clube, Flávio não encontra opositores dentro do Tricolor.

"Na minha cabeça não passa outra coisa a não ser ficar marcado, fazer história no clube e ser lembrado até mesmo depois de parar de jogar", admitiu o Pantera, sem esconder o amor à camisa. Escolado em decisões, o goleiro tricolor, sempre dono de um ar sério, deixa transparecer nas palavras as emoções ausentes na expressão facial. Ansiedade é a maior delas.

"A cada disputa de título dá aquele friozinho na barriga. É normal", defendeu-se. "A expectativa é grande, é boa. A gente não vê a hora da partida começar", acrescentou o alagoano, que 23 mil torcedores esperam ver trocando a sisudez pelo largo sorriso de "melhor do estado".

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