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A torre do relógio, ponto emblemático da Vila Capanema, bem poderia servir de alerta para os quase 200 operários que trabalham nas reformas do estádio. Desligado, o equipamento não registra o passar das horas e a crescente pressa para deixar o estádio pronto na reabertura – confirmada para quarta-feira, a partir das 18 horas.

As principais benfeitorias do Durival Britto ainda necessitam de reparos. "Coisa pouca. Certeza que estará 95% pronto", diz Márcio Villela, vice-presidente de obras do clube.

Mas a imagem deixada durante a última semana aponta para algum improviso. Na sexta-feira, cinco dias antes da festa inaugural, muitas melhorias estavam em andamento. Nada que causasse transtorno burocrático: o local ganhou o visto de segurança das autoridades e o aval da CBF.

Banheiros e bares, por exemplo, aguardavam ainda o toque final – assim como o vestiário do time visitante (colocação de uma pia, bancos e mesa de massagem). O portão principal para a entrada dos torcedores (localizado na Avenida Dário Lopes dos Santos) será colocado entre amanhã e terça-feira, véspera do jogo com o Fortaleza, às 19h30.

Resta ainda concluir 16 camarotes – único tópico que os paranistas reconhecem que ficará mesmo para as próximas rodadas. "Pois não estava no projeto inicial, por isso não ficaram prontos. Mas os proprietários já sabiam", fala Luiz Carlos Casagrande, gerente social e de marketing do Paraná, além de um verdadeiro "faz-tudo" para deixar a Vila no ponto.

"Até o dia do jogo teremos muito trabalho", avisa uma das pessoas ligadas ao projeto, preferindo o anonimato. "Estaremos no batente até minutos antes de os portões abrirem", complementa. O arquiteto responsável, Waldeny Fiuza, reforça. "O funcionamento de tudo será normal. Faltará apenas uma pinturinha ou outra...", explica.

Sem grandes ambições, a reforma da quase sexagenária praça esportiva não chega a revolucionar a edificação levantada no final dos anos 40 – um imóvel que ao longo das décadas quase não recebeu grande manutenção, principalmente devido à pendência judicial com a Rede Ferroviária.

A capacidade (números oficiais) passou de 11 mil para 16.371 lugares – por questões de segurança, apenas 15 mil ingressos foram liberados para a reabertura. A venda de bilhetes, porém, não chegou a empolgar os paranistas. Desde o início de agosto à disposição do público, resta ainda perto de 50% da carga total (conforme dado oficial coletado na sexta-feira). As entradas, devido aos festejos, vão de R$ 30 a R$ 60.

Do formato antigo, a elevação da curva norte (para 7.695 pessoas) e o prédio na reta do relógio (com 72 camarotes, cada um comportando 10 torcedores) surgem como as novidades. Também foram feitos ajustes na infra-estrutura para melhor atender o público, como o espaço destinado para o estacionamento de 614 carros.

Integrantes da diretoria garantem que o mais importante foi promover o retorno do time para o domicílio certo – além de mobilizar a torcida com a idéia de recuperação do estádio. Ao reativar a Vila, a administração José Carlos de Miranda realizou dois sonhos dos fãs paranistas em um único ato: 1) Voltar para casa; 2) Largar o Pinheirão.

A alegria em dose dupla mereceu até a organização de uma festa. Pouco antes da bola rolar na quarta, haverá na curva norte o descerramento da placa com o nome daqueles que contribuíram espontaneamente para o projeto sair do papel. Nas sociais, outra placa para comemorar a reinaguração. Em seguida, espera-se que o arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Moacir Vitti, dê a bênção ao estádio.

Haverá ainda homenagens a ex-jogadores como Afinho (ídolo do Ferroviário), Saulo (maior artilheiro paranista), Sérgio Luís (autor do primeiro gol tricolor), entre outros. O desfecho será com o hino nacional e a palavra do presidente, seguido da queima de 20 baterias de foguetes com 480 tiros.

Existem esboços de outras duas etapas de ampliação do Durival Britto, algo completamente embrionário. A segunda fase prevê a construção de uma arquibancada paralela à Rua Engenheiros Rebouças (criação de mais cinco mil lugares). Na terceira, imagina-se um segundo anel na área das sociais (também com cinco mil vagas).

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