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Por volta das 18 horas de ontem, quando o Paraná entrou com o pedido de impugnação da derrota por 2 a 1 para o Fluminense, todos já sabiam que será praticamente impossível o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatar o requerimento. Porém, o objetivo de chamar a atenção da mídia e de levar o árbitro e o auxiliar (Edson Espiridião e Alfonso Scarpati) a julgamento estão dando certo.

A repercussão na mídia nacional, especialmente no Rio de Janeiro, foi grande. O presidente José Carlos de Miranda e o advogado Domingos Moro concederam entrevistas durante todo dia de ontem falando do pioneirismo do clube em exigir que os apitadores pelo menos sentem no banco dos réus.

"A repercussão está sendo altamente favorável. Todas as pessoas corretas querem o fim da arbitrariedade de não existir julgamento para árbitro de futebol. Até o Presidente da República está sujeito ao impeachment", colocou Miranda.

Inicialmente pessimista quanto as chances de sucesso no processo, Moro agora vê possibilidades de conseguir êxito. "Uma hora terão que anular um jogo por um erro desses. Temos que apostar", avisa.

Mesmo com a intensa cobertura da imprensa de outros estados, a exposição do caso não deve ser suficiente para fazer o STJD anular um jogo. Juristas ouvidos pela Gazeta do Povo não vêem caminhos para que o Tricolor obtenha êxito.

Especialistas

"Acho que até existiu o erro de direito no lance do impedimento (no primeiro do Fluminense marcado por Lenny), mas isso não basta. É preciso provar que o árbitro errou tendo a intenção de prejudicar", afirma o advogado desportivo Augusto Mafuz, praticamente descartando as chances da partida ser remarcada.

Para outro especialista, o jurista Marcílio Krieger, os lances ocorridos dentro de campo são sempre de interpretação do juiz, o que impossibilita qualquer ação para se impugnar um jogo.

"Não há como provar o desconhecimento da regra ou a intenção de prejudicar. A interpretação cabe ao árbitro e não ao clube ou jogadores", explica Krieger que por outro lado elogia a postura do Paraná em pedir julgamento aos árbitros. "Não concordo com a punição imposta aos árbitros pela CBF. A competência para punir é somente do STJD", avalia.

Procurado pela reportagem, o presidente do STJD, Rubens Aprobato, não quis emitir opinião sobre o caso. Apenas rebateu as informações de que a iniciativa paranista seria inédita.

"Todo clube entra com esse tipo de pedido. Vou receber o processo e encaminhar à procuradoria. Não vou me posicionar, pois se tiver que julgar estarei impedido", diz.

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