| Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo
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Quando foi anunciado como reforço no começo de fevereiro, o meia Renan Bressan chegou ao Paraná desconhecido por muitos torcedores, apesar do vasto currículo, que conta com partidas pela Liga dos Campeões e até participação nas Olimpíadas de 2012, pela seleção da Bielorrússia.

Porém, pouco mais de um mês depois da sua chegada essa visão mudou. Foram apenas cinco jogos - nem todos como titular - com a camisa tricolor, mas o suficiente para conquistar os paranistas e virar o novo xodó.

"Tá sendo melhor do que eu esperava, até porque não fiz pré-temporada, vim de um tempo sem jogar, mas confiava no trabalho, no projeto que me foi passado e está sendo mais rápido que eu esperava", disse ele, em entrevista exclusiva à Tribuna do Paraná/Gazeta do Povo.

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Neste período, o jogador foi decisivo em duas partidas. Primeiro, tinha marcado o gol da vitória por 1x0 sobre o Operário, pelo Paranaense. Depois, fez, de falta, o último da histórica virada por 3x2 sobre o Bahia de Feira, pela Copa do Brasil. Este, aliás, está entre os mais marcantes da carreira do experiente atleta.

"Tive outros gols importantes na carreira em Champions League, eliminatórias da Copa do Mundo e até contra o Brasil (nas Olimpíadas de 2012), que talvez tenha sido o mais emocionante. Mas está em meu top-3, sem dúvida alguma, até pelo que o gol significava para o Paraná e até financeiramente", relembrou.

Experiência internacional

Aos 31 anos, Renan Bressan tem uma carreira quase toda feita no futebol europeu. Natural de Tubarão, em Santa Catarina, fez a base no Atlético Tubarão, mas nem chegou a jogar profissionalmente por lá. Aos 19 anos, embarcou para a Bielorrússia, país que ele considera a segunda casa.

Lá, jogou pelo Gomel e depois pelo BATE Borisov, onde se destacou mais, inclusive jogando Champions League. As boas atuações fizeram com que a federação local quisesse naturalizá-lo.

"(A naturalização) veio no final de 2009, três anos depois que eu cheguei lá. O treinador do sub-20 gostava do meu estilo de jogar e falou com o presidente do país. Mas tive que esperar para jogar pela seleção porque a Fifa só liberava pra jogar depois de cinco anos no país. E coincidentemente o treinador do sub-20 classificou o país para as olimpíadas e depois assumiu a seleção principal", explicou ele.

A espera valeu a pena. No ano em que conquistou a cidadania bielorrussa, o país estava classificado para as Olimpíadas de Londres, em 2012. Então com 24 anos, o meia foi convocado entre os três acima do limite da idade permitido. Foram três jogos e a equipe foi eliminada na fase de grupos. Porém, entre esses confrontos estava o duelo com a seleção brasileira.

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| Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo

O Brasil acabou vencendo o jogo por 3x1, mas o gol dos europeus foi justamente do atual jogador do Paraná, o que teve um sabor especial. "A Bielorrússia é meu segundo país, mas no futebol é o primeiro, pois foi quem abriu as portas para mim. Foi uma experiência fantástica jogar pela seleção deles. Eu queria jogar pelo Brasil, mas com uma concorrência muito maior e quando me propuseram naturalizar não pensei duas vezes", enfatizou ele, que defendeu a seleção até 2018.

Logo após os jogos olímpicos, o meia rodou a Europa. Foi para Spartak Vladikavkaz, da Rússia, Astana, do Cazaquistão, APOEL, do Chipre, e Rio Ave e Chaves, de Portugal. Um currículo que chama a atenção e também desperta a curiosidade dos mais jovens.

'Vovô' do grupo

Apesar de ter apenas 31 anos, Bressan é um dos mais experientes do elenco do Tricolor, que é formado basicamente por garotos. E cabe ao camisa 10 orientar a piazada.

"Quando eu vim para o Paraná já sabia dessa situação. Sabia que o grupo era muito jovem e é normal. Eu quando mais novo também fazia pergunta para os mais rodados. É normal essa troca de informações, ainda mais que minha carreira foi quase toda fora do Brasil. Quase todo jogador sonha em atuar na Europa e agora eu estou fazendo o caminho contrário", disse ele, que destacou o que mais aprendeu na Europa.

"A parte tática, de um dois toques… Aqui os jogadores tem mais qualidade e são mais individualistas. Eu gosto de tocar, aprendi lá fora. Aqui também não vejo tantos batedores de bola parada e isso é um ponto forte meu", completou.

Renan Bressan e Fabrício são os mais experientes do grupo.| Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo

Isolamento

Desse o último dia 16, o futebol brasileiro está parado. Desde então, jogadores fazem o que podem para manter a forma física. Na última quinta-feira (26), os clubes da Série B deram férias de 20 dias para seus elencos a partir do dia 1º de abril.

Neste período Renan Bressan vem treinando como dá em casa, obedecendo a orientação de ficar em casa. Sem futebol para assistir, o que resta é se cuidar.

"O meu dia a dia tem sido como o da maioria dos brasileiros, ficando em casa. Tenho conseguido treinar dentro de casa, na rua em frente e estou me virando no confinamento. Nunca vai ser como treinar com o grupo, mas tenho conseguido manter a forma dentro do possível", disse ele.

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