Paraná fica sem oposição e Aurival será aclamado

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Os acontecimentos que marcaram o afastamento de José Carlos de Miranda da presidência do Paraná, acusado de irregularidades administrativas, tinham tudo para esquentar a eleição de quarta-feira no clube. O conselheiro Antônio Rodrigues chegou a se movimentar nos bastidores e prometer um bate-chapa, mas até as 9h30 da manhã de ontem, prazo limite para a inscrição, apenas o grupo "Aliança Tricolor", encabeçado pelo presidente em exercício Aurival Correia, efetivou a participação no pleito.

Desta maneira, a votação servirá apenas para formalizar a ascensão de Correia, primeiro vice-presidente e vice financeiro na última gestão, ao cargo máximo na hierarquia tricolor.

"Acho que desistiram de inscrever uma chapa de oposição por saber que não teriam chances. Não tínhamos receio também. Os sócios me conhecem. Hoje tenho uma grande credibilidade no clube pelo trabalho que fiz nos últimos anos", declarou o candidato único, que terá Márcio Villela como primeiro vice-presidente e Aquilino Romani no posto de segundo vice.

Mesmo se mostrando seguro quanto a uma vitória em caso de disputa nas urnas, Correia comemorou a ausência de adversários políticos. Ele diz que assim poderá se dedicar integralmente ao time na semana que antecede o importante jogo de sábado contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, que pode representar a saída do Tricolor da zona de rebaixamento do Brasileiro. "Vou ter mais tranqüilidade para trabalhar junto aos jogadores. Hoje a parte social do clube tem uma equipe forte, que me deixa tranqüilo", afirmou.

Nas várias tentativas feitas pela reportagem para ouvi-lo ontem, Rodrigues não atendeu o telefone para explicar porque desistiu do bate-chapa que considerava certo há uma semana. O conselheiro Sérgio Junqueira, principal opositor, e único realmente atuante, tem a resposta na ponta da língua: "Fizeram um acordo. Fiquei muito chateado porque o Rodrigues me enrolou, fez o jogo deles (situação). Eu não estava me movimentando porque ele se comprometeu a lançar uma chapa alternativa. Mas quando não me ligou, vi que tinham dado um golpe."

Junqueira, que já havia deixado claro não considerar Correia a pessoa certa para assumir o clube por ter feito parte da administração de Miranda, agora vai voltar seus esforços para fiscalizar justamente a comissão de sindicância que investiga possíveis irregularidades no período. "Acho que vão abafar tudo. O Luiz (Carlos de Souza, presidente do Conselho Deliberativo) vai falar que foram apenas maus negócios. Se acontecer realmente isso, vou mobilizar os sócios para tentar renovar o Conselho", prometeu.