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Os prejuízos causados ao Paraná na derrota por 2 a 1 para o Fluminense pela arbitragem de Edson Esperidião, sábado, no Maracanã, podem não ficar apenas nos 30 dias de gancho impostos ao juiz e ao auxiliar Alfonso Scarpati. O Tricolor entra hoje com representação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a impugnação do jogo e também que os árbitros sejam indiciados pelo tribunal.

O clube se baseia no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O texto prevê de 30 a 120 dias de suspensão aos que deixarem de cumprir as regras da modalidade. Também afirma que as partidas em que houver comprovadamente erro de direito devem ser anuladas.

O STJD já indeferiu vários pedidos de anulação nos últimos anos. O mais famoso foi no Brasileiro do ano passado. O pênalti claro não marcado contra o Corinthians, em cima do meia Tinga do Internacional, não foi suficiente para que a partida fosse invalidada. A explicação foi de que o erro era de fato e não de direito. Ou seja, o árbitro não desconhecia a regra, somente se equivocou na aplicação.

Porém, há precedentes de casos em que os jogos foram repetidos no futebol brasileiro e mundial. No início da década de 90, na Alemanha, uma bola que não entrou em jogo do Bayern de Munique contra o Nuremberg, motivou a impugnação. Em 2004, o TJD de Goiás decidiu por remarcar um clássico entre Vila Nova e Goiás no Estadual que foi decidido com a anulação de um gol legítimo do Vila.

"Acreditamos que temos chance de êxito. Afinal, foram vários erros somente contra uma mesma equipe no jogo. Baseados nisso queremos mostrar que o trio estava mal intencionado", argumenta Luiz Carlos Castro, vice-presidente jurídico do Paraná.

O assistente Alfonso Scarpati declarou ontem ao programa Globo Esporte que não marcou o impedimento no primeiro gol do Flu "porque não viu o centroavante Tuta tocar na bola". Fato que daria condições ao seguimento da jogada concluída por Lenny e derrubaria a tese do desconhecimento da regra.

"Não foi apenas o impedimento. Foi um impedimento escandaloso e duplo. Além dos dois pênaltis não assinalados (em cima de Zumbi e Beto). Esse discurso dele é muito duvidoso", considera Castro.

Exatamente a penalidade não marcada sobre Zumbi é que pode dar mais chances ao Paraná conseguir a impugnação. No lance, o atacante teve a camisa puxada dentro da área e mesmo assim chutou para o gol. O goleiro Fernando Henrique defendeu, mas o pênalti deveria ter sido anotado.

"Se não existe vantagem em pênalti, então o árbitro mostrou que não conhece a regra", afirma o advogado do clube, Domingos Moro. "Acho difícil a impugnação, mas creio que os árbitros que erram tem de ser julgados e punidos assim como jogadores, dirigentes e treinadores", afirma.

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