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A guerra fria que se instalou entre a diretoria do Paraná e a Federação Paranaense de Futebol ganhou no­­va batalha. A cúpula tricolor irá se reunir na tarde de hoje com Do­­min­­­gos Moro, advogado especialista em Direito Desportivo, para analisar se há alguma saída jurídica para o imbróglio envolvendo a antecipação da Segunda Divisão do Campeonato Pa­­ra­­naense de maio para março.

O encontro do presidente Ru­­bens Bohlen com Moro é um forte indício de que o clube pretende se armar juridicamente para uma provável disputa nos tribunais. Para vencer o duelo contra a FPF, os paranistas recorreram justamente ao seu antigo inimigo. Moro foi o advogado do rival Rio Branco no processo que rebaixou o Tricolor para a Segundona Para­­naense no Superior Tribunal de Justiça Des­­portiva (STJD), em novembro.

Apesar de não declarado oficial­mente, o conflito, que até en­­tão se limitava a diferenças na interpretação do Regulamento Geral das Competições (RGC) da CBF, começou a esquentar na semana passada. Na última quinta-feira, o clube protocolou um documento na en­­tidade exigindo bom senso do presidente Hélio Cury para realizar o quanto antes o arbitral da competição.

O argumento dos paranistas é que o artigo 25 do RGC da entidade máxima do futebol brasileiro exige um intervalo mínimo de 66 ho­­ras entre cada partida, tanto para os jogadores quanto para os clubes. E é exatamente esta última pa­­lavra a grande divergência entre a visão do clube e a dos mandatários da gestora do futebol local.

De acordo com Amilton Stival, diretor de futebol da FPF, o conjunto de regras da CBF estabelece normas apenas para as competições organizadas por ela, como o Cam­­peo­­nato Brasileiro e a Copa do Bra­­sil, por exemplo.

Já os campeonatos estaduais, segundo ele, estão submetidos aos regulamentos de suas federações. "O nosso campeonato somos nós que administramos e, no nosso regulamento, o intervalo mínimo é apenas para os atletas", explicou.

O estopim tem data marcada para acontecer. Para o presidente do Conselho Delibe­­ra­­tivo do Paraná, Benedito Bar­­bo­­sa, há grandes chances de o campeonato ser paralisado, antes mesmo de começar. "O conflito co­­me­­ça no mo­­mento em que forem divulgadas as tabelas da Série Prata. Não irá nos restar outra alternativa a não ser en­­trarmos na Justiça. É um risco previsível e que poderia ter sido evitado", criticou Barboza.

Enquanto o problema parece estar longe de ser solucionado, os dois lados seguem no clima de ameaças. "O Paraná tem duas opções: ou cumpre a tabela ou não cumpre e arca com as consequências disso", cravou Stival. Barboza contra-argumentou: "Não jogamos a toalha nunca e não vamos de­­sistir de fazer com que o bom senso prevaleça".

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