Paraná testa a força das suas “revoluções”

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O Paraná inicia a temporada 2010 com futuro absolutamente incerto. Da virada do ano passado até a reapresentação marcada para hoje de manhã, na Vila Capa­­nema, o Tricolor mexeu em toda a sua estrutura. A começar pelo presidente, Aquilino Romani, eleito em novembro, passando pelo comando técnico da equipe até chegar ao elenco profissional.

Marcelo Oliveira, que substituiu Roberto Cavalo após o término da Série B, vestirá somente hoje o agasalho tricolor. Em 2009, ele passou pouco mais de um dia em Curitiba. Tempo para acertar os detalhes de seu contrato, ser apresentado para a imprensa e voltar para Belo Horizonte.

Da terra natal – onde também fez carreira no futebol como jogador e técnico do Atlético-MG – Oliveira acompanhou e ajudou na reestruturação do grupo. Processo que já rendeu seis contratações e seguirá neste início de ano, utilizando o Cam­­peonato Paranaense como um laboratório.

Chegaram o goleiro Juninho, os zagueiros Irineu e Diego Correia, o lateral-direito Jefferson, o meia Márcio Diogo e o atacante Douglas. Hoje, no retorno às atividades, mais novidades vêm por aí – três contratações devem ser anunciadas, entre elas, a de um lateral-esquerdo, principal carência do time no momento.

"O Paraná terá uma equipe competitiva no Estadual. Temos vários jogadores que temos certeza que darão certo, e outros que vieram para uma experiência, que precisarão ser melhores avaliados. Mas teremos uma base para o Brasileiro", assegura Aramis Tissot, vice-presidente e homem-forte do futebol paranista.

"Evidente que nós gostaríamos de contar com o Rafinha e o Davi (des­­ta­­ques na Série B), mas não foi possível. Porém ficamos com jogadores que já foram testados e aprovados (casos do volante João Paulo e Luiz Henrique Camargo e do atacante Marcelo Toscano)", complementa Tissot.

Da estreia no Paranaense – diante do Rio Branco, dia 17 (do­­mingo), no Durival Britto – o Tricolor terá até o início da Copa do Brasil (confronto com o Cerâmica-RS) para encontrar um rumo para a equipe. Sem esquecer da necessidade de driblar as dificuldades financeiras, marca paranista nos últimos meses de 2009.

Vencido o desafio da remontagem do elenco, será a vez de correr atrás do que realmente interessa: o acesso à Série A, prioridade da atual diretoria, revelada na posse. Desejo que, naturalmente, in­­fluenciará no clima da Vila Capa­­nema no segundo semestre.

Arrancada rumo à elite já nas primeiras rodadas e a paz reinará. Outro insucesso em seu terceiro ano frequentando Segundona e tudo estará, mais uma vez, apenas começando.

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4 Questões

Airton Cordeiro, Carneiro Neto e Dionísio Filho, colunistas da Gazeta do Povo, projetam o que pode ocorrer com o Paraná na largada da temporada

1 - Com esse elenco que se apresenta dia 4, o Paraná vai chegar...

Airton... Não sei que perfil o clube terá. Mas, em nível nacional, é difícil que possa brigar por algo a mais.

Carneiro... Com esse time que foi montado na virada do ano não sobe para a Primeira Divisão, que deve ser o principal objetivo.

Dionísio... É uma rotina todo ano essa mudança de time. Se acertar dessa vez, pode ter chance. O trunfo do Paraná é o Marcelo, que está indicando esses jogadores mineiros que podem dar certo por aqui.

2 - Falta contratar...

Airton... Tem de mudar todo o grupo. A aposta só nos garotos da base, ao meu ver, é muito arriscada.

Carneiro.. O Paraná precisa ainda repor com urgência os jogadores que perdeu. Não apenas nas posições, mas com, no mínimo, a mesma qualidade.

Dionísio... Atacante. Só para ter uma ideia, para o Tricolor se acertar na frente teve de colocar um zagueiro lá.

3 - O clube acertou em manter...

Airton... A manutenção do volante João Paulo me parece uma boa. É um atleta de boa marcação e chegada no ataque.

Carneiro... Raciocínio inverso. Acredito que a direotoria errou ao não manter o técnico Roberto Cavalo, que conhecia o elenco e fez um bom trabalho no final da Série B.

Dionísio... O Marcelo Toscano, que subiu muito de produção no ataque, e o Murilo. E tem de botar a molecada para jogar.

4 - O clube errou ao deixar partir...

Airton... O goleiro Zé Carlos e o Rafinha. Eram as duas principais peças do time do ano passado.

Carneiro... Mais uma vez, o Roberto Cavalo. Mexer no comando técnico é algo muito complicado.

Dionísio... Poderia ter segurado o goleiro Zé Carlos. É uma posição muito complicada para reposição.