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A evolução | Reprodução/G1
A evolução| Foto: Reprodução/G1

Rio – A temida viagem para Potosí, na Bolívia, será a próxima do Paraná pela Libertadores. No destino final, 4.030 metros de altitude e uma temperatura beirando o zero grau. Mas o sofrimento já terá começado bem antes de o time entrar em campo no dia 10 de abril, uma terça-feira, para encarar o Real Potosí na penúltima rodada do grupo 5.

A delegação vai embarcar dois dias antes para Santa Cruz de La Sierra, cidade apenas 470 metros acima do nível do mar. No dia seguinte pegará um vôo fretado para Sucre, que tem 2.800 metros de altitude. Só momentos antes da partida o Tricolor subirá, por via terrestre, o restante do morro – a pista do pequeno aeroporto de Potosí é fechada com muita freqüência.

A forma como deverá ser feito o trajeto é curiosa: "Estamos vendo ainda, mas provavelmente mandaremos a diretoria e a comissão técnica num microônibus e os jogadores em táxis", contou o superintendente de futebol paranista, Ricardo Machado Lima.

A necessidade de encontrar um meio de transporte alternativo surgiu com as notícias de que o Flamengo penou para ir de Sucre a Potosí de ônibus. Com menos mobilidade, o veículo demorou muito para subir (cerca de três horas). Além disso, não tinha capacidade de manter seu interior aquecido. Já os táxis têm calefação garantida.

A capacidade hoteleira de Potosí também deixa a desejar. Mas não é só por isso que os times preferem ficar em Sucre. "É uma estratégia. Se chegar muito antes, o corpo começa a sentir os efeitos da altitude. Seriam necessárias duas semanas para a ambientação. Indo em cima da hora os problemas são minimizados", explicou o preparador físico Marcos Walczak.

Coincidentemente, o criador da estratégia "bate e volta" foi Moraci Sant’Anna, quando trabalhava no São Paulo no início dos anos 90. Na época, o goleiro do Tricolor do Morumbi era o hoje treinador paranista Zetti. Na Libertadores de 92, o clube paulista chegou a enfrentar o San José na cidade de Oruro (vitória por 3 a 0), com 3.600 metros de altitude.

Segundo Walczak, os jogadores já começaram a ser preparados para o ar rarefeito. "Estamos ensinando a eles técnicas de respiração para aproveitar melhor o ar. Também demos início a uma alimentação baseada em carboidratos", contou.

Os atletas ainda devem passar por uma bateria de testes respiratórios, mas apenas para orientar a comissão técnica sobre quais estão em melhores condições. Foi descartada inclusive a câmara hipobárica, que simula as condições do ar na altitude. "Com o Flamengo não adiantou", disse o preparador.

A vantagem paranista é ser o terceiro time a jogar em Potosí. Mesmo em meio a tantas dificuldades, o Tricolor vai subir a montanha sabendo que o time da casa está longe de ser invencível. Afinal, cedeu empates por 2 a 2 para Flamengo e Maracaibo após estar vencendo ambas as partidas.

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