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Com o grito de campeão entoado horas antes do jogo, faixa no peito sem a bola rolar e festa do título armada com certa antecedência, o time do Paraná apenas cumpriu o protocolo ontem. Ficou no 1 a 1 com a Adap e voltou a festejar uma conquista estadual após nove anos.

Um triunfo construído sobretudo nos últimos 12 jogos – na arrancada digna do melhor time deste Estadual. Desde 5 de fevereiro, a equipe do técnico Barbieri está invicta na temporada. Neste período, foram oito vitórias, quatro empates e nenhum momento de apreensão.

O feito conseguiu até transformar a finalíssima em um jogo comemorativo, sem a emoção habitual das disputas decisivas. A goleada por 3 a 0 sobre o representante de Campo Mourão (2/4, em Maringá) já havia sacramentado a história do Paranaense 2006. A segunda partida serviu apenas para mobilizar a torcida tricolor, além da cerimônia para a entrega do troféu.

No total, 25 mil pessoas estiveram no Pinheirão (presença que rendeu R$ 352.080,00 aos cofres do clube, fora os descontos). "Tricolor é meu amor..." foi o hino adotado na comemoração – tanto do público quanto dos jogadores ao subirem no pódio.

Na volta olímpica, ainda com o estádio lotado, a emoção tomou conta dos torcedores, marcados pelas decepções nos últimos anos (leia-se brigas contra o rebaixamento e até levantar o simbólico Torneio da Morte, em 2004). Alguns dirigentes e atletas também caíram no choro neste momento de euforia.

Leão feroz

A celebração só não foi 100% graças à determinação do adversário. Durante os 90 minutos que apenas serviram para separar os tricolores da folia, o time interiorano mostrou por que chegou tão longe e como eliminou Atlético e Coritiba. Apoiado nos contragolpes, quase venceu o desafio – fato que deixaria o chope atravessado na garganta dos campeões.

Depois de um primeiro tempo sem lances de perigo, tendo apenas um gol da Adap bem anulado, veio a etapa final e uma ligeira melhora no futebol. Aos 12 minutos, Warlley dominou de cabeça, passou fácil pelo zagueiro Emerson, ficou de frente para Flávio e abriu o placar. Em meio à alegria paranista, o lance foi praticamente ignorado nas arquibancadas.

Pouco tempo depois, aos 19, o meia Marcelinho cobrou direto uma falta lateral e enganou o goleiro Fábio, que esperava o cruzamento. Era o gol que acabava de vez com o pouco de pudor que restava a quem já estava com as duas mãos na taça.

A partir do empate, viu-se uma festa generalizada. O serviço de auto-falantes, por exemplo, nem esperou o árbitro Cleivaldo Bernardo encerrar a partida para anunciar o roteiro da equipe em carro aberto pelas ruas da cidade.

O dia de glória paranista seguiu até a praça em frente à sede social do clube na Avenida Kennedy, na Vila Guaíra. Com trio elétrico, o festejo seguiu noite adentro. Jogadores, parentes, amigos e cartolas se reuniram depois em uma churrascaria da capital. Os mais empolgados continuaram o embalo numa casa noturna.

Só no próximo sábado, às 16 horas, em Caxias do Sul, o Paraná encerrará de vez o merecido oba-oba. É a estréia no Brasileiro contra o Juventude. O reencontro com a torcida será 23/4 contra o Botafogo.

Em Curitiba

Paraná 1Flávio; João Paulo, Emerson e Gustavo (Serginho); Goiano, Mussamba, Beto, Marcelinho (Élton), Sandro e Edinho; Leonardo (Vandinho). Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

Adap 1Fábio; Angelo, Alex Noronha, Dezinho e Mineiro (Souza); Leandro, Felipe Alves, Batista e Ivan; Marcelo Peabiru (Lino) e Warlley (Gildázio). Técnico: Gilberto Pereira.

Estádio: Pinheirão. Árbitro: Cleivaldo Bernardo. Gols: Warlley (A), aos 12min, Marcelinho (P), aos 19min do 2.º tempo. Amarelos: Beto e Mussamba (P); Batista (A). Renda: R$ 352.080. Público: 25.306 (total).

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