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Rafinha, o quarto da esquerda para a direita, perfila ao lado dos novos companheiros antes do amistoso com a República Checa | Arquivo Pessoal
Rafinha, o quarto da esquerda para a direita, perfila ao lado dos novos companheiros antes do amistoso com a República Checa| Foto: Arquivo Pessoal
  • Rafinha durante treinamento no Toledo; ascendência austríaca o levou à seleção juvenil do país europeu

Mesmo sem falar uma só palavra em alemão, um paranaense foi o grande destaque do amistoso entre as seleções sub-18 da Áustria e da República Tcheca, na última quarta-feira (24). Com dois gols, o atacante Rafhael Domingues, 18 anos, natural de Marechal Cândido Rondon, comandou a vitória de virada dos austríacos sobre os checos, por 3 a 1, na pequena cidade de Laa an der Thaya.

A estreia de Rafinha com a camisa da terra de seu avô materno, Franz Joseph Schweighofer, aconteceu com o auxílio do facebook. Foi através da ferramenta de relacionamento social que o atacante descobriu o e-mail do gerente do time juvenil da Áustria. Após enviar um vídeo com suas atuações pelo Toledo Colônia Work, time do interior do estado pelo qual foi formado e tem contrato até 2013, o jogador recebeu sua primeira convocação para defender a seleção europeia.

"Eu tenho dupla cidadania, mas pensei que eles não iriam dar bola para mim, Um mês depois de ter entrado em contato, recebi a convocação por e-mail. No começo não acreditei, mas quando eles pediram o contato do Toledo para me levarem para o amistoso, vi que era verdade mesmo", disse o jovem atleta, por telefone, à Gazeta do Povo.

Cerca de um mês depois de ter sido convocado, Rafinha viajou com seu pai a Viena para dois dias de treinamento antes do tão esperado jogo. Com hospedagem, passagens e alimentação bancadas pela federação local, a língua era o principal empecilho.

"Eu não sei falar nada. No primeiro treino o treinador falava, eu esperava um pouco e olhava o que os outros jogadores faziam, para depois repetir. Mas o pessoal entendeu a minha dificuldade e tentava se comunicar com gestos e desenhos", contou Rafinha, que fez apenas uma partida no rebaixamento do Porco pelo Campeonato Paranaense.

As dificuldades de adaptação, que além da língua, também passaram pela culinária local, aumentaram justamente no momento em que o paranaense precisava mostrar o seu futebol. Logo nos primeiros minutos do amistoso, com Rafinha no time titular, sua equipe sofreu um gol.

"Em que barca furada fui me meter. Vão dizer que só fui convocado porque o time é ruim", pensou o atacante. "Só que consegui empatar aos 31 do primeiro tempo e, de bico, virei o jogo aos 10 do segundo. Não achei que tudo ia dar tão certo assim, desde a convocação, que veio sem esperar, até o jogo em si", completou, sem esconder a empolgação.

Quando foi substituído, aos 25 minutos da etapa complementar, Rafinha saiu aplaudido por todo o estádio. Nos vestiários, virou o centro das atenções dos companheiros e do técnico, que questionavam o quanto podiam sobre o futebol brasileiro.

Para o site Austrian Independent, o treinador, Hermann Stadler, elogiou muito o paranaense. Disse que "pelo futebol demonstrado, ele merece novas convocações". No entanto, também afirmou que precisa "levar em consideração outras coisas" antes de chamá-lo novamente. Exatamente por isso, Rafinha já pensa em como ficar mais perto de uma futura convocação.

"Quero começar a aprender inglês e alemão. Acho que no futuro seria melhor eu jogar na Áustria ou na Alemanha para ser observado e poder ser convocado de novo e quem sabe um dia defender a seleção principal. Mas não sei o que vai acontecer, se surgisse uma oportunidade de jogar nos grandes do estado eu aceitaria com certeza", finalizou a jovem promessa do Toledo.

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