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Cortes em 2004 e 2008 impediram Emerson Carvalho de conquistar dois ouros no futebol de 5 da Paralímpiada | Fernando Maia / CPB
Cortes em 2004 e 2008 impediram Emerson Carvalho de conquistar dois ouros no futebol de 5 da Paralímpiada| Foto: Fernando Maia / CPB

Saiba mais sobre o futebol de cinco:

• Os goleiros são os únicos que enxergam

• As bolas tem um sistema de som interno (guizos) para que os quatro jogadores de linha, que atuam vendados, possam saber onde ela está

• Um integrante da comissão técnica, o "chamador", orienta o ataque: quem está por perto, quando driblar, onde chutar, etc

• São dois tempos de 25 minutos. Em cada período, o técnico pode pedir um tempo de um minuto

• A quadra tem o mesmo tamanho das disputas do futsal. O piso em Londres será uma espécie de carpete sintético

• Só há lateral se a bola ultrapassar um barreira de um metro de altura colocado nos lados do campo

Se na Olimpíada a seleção co­­leciona fracassos, a equipe de futebol de 5 do Brasil – voltada para cegos – é especialis­­ta em garimpar ouros nos Jo­­gos Pa­­ralímpicos. Nas duas vezes em que a mo­­dalidade foi disputada (Atenas-2004 e Pequim-2008), dois títulos.

Em Londres, a busca pelo tri – que começou, ontem, com um empate por 0 a 0 com a França – se confunde com o sonho antigo de um paranaense. Aos 28 anos, o zagueiro Emerson Carvalho participa pela primeira vez de uma Paralimpíada.

Em 2004, ele foi pré-convocado, mas ficou fora da lista final. Quatro anos depois, uma lesão o tirou da competição na China. "A hora chegou. Na cerimônia de abertura, alguns meninos que já tinham participado [dos Jogos] optaram por descansar, mas eu quis ir lá sentir o clima", conta.

Emerson perdeu a visão ao 6 anos, em um acidente automobilístico. O veículo colidiu com um cavalo e o garoto foi arremessado contra o painel do carro. "Gosto muito de futebol. Um tempo depois do acidente, voltei a jogar. Co­­lo­­cava a bola em um saco plástico para ela fazer barulho e brincava com meus irmãos e primos", lembra o atleta que, apesar de contar com patrocínio, trabalha como auxiliar de radiologia.

Sem poder enxergar, a concentração com a audição é fundamental no esporte. Con­­cen­­tração que ele também tem para falar do time de coração, o Pa­­raná. "Sempre acompanho. Infelizmente, depois que eu embarquei [para Londres, há cerca de três semanas] parece que a má fase chegou ao time. Na terça, fui dormir tarde porque fiquei ouvindo Guarani e Paraná [0x0]", conta, esperando que os resultados com a seleção lhe tragam noites de sono mais tranquilas.

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