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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Torcida grande será trunfo para pagar as dívidas

O funcionamento da Timemania tem algumas semelhanças ao da Mega-Sena. Em vez de números, no entanto, os bilhetes terão os brasões dos clubes. O apostador escolherá 10 entre os 80 símbolos dos clubes participantes das séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, e ainda marcará o seu time do coração.

O sorteio será semanal, sempre aos sábados, e premiará quem acertar de três a sete dos símbolos sorteados, além de reservar um outro prêmio para o acerto do time do coração. "Parte da arrecadação (22%) será dividida entre os clubes para o pagamento das suas dívidas. Os times que tiverem maior opção no clube do coração ganharão mais", explica Wellington Moreira Franco, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa. A premiação aos apostadores ganhadores ficará com 46% da arrecadação de cada concurso.

A adesão dos clubes é voluntária. Os participantes, contudo, terão obrigações, como a publicação de balanços financeiros e a apresentação de documentação que prove que os dirigentes não têm contra si nenhuma condenação por crime doloso ou contravenção na justiça. A Timemania foi instituída a partir da Medida Provisória 249, de maio de 2005, e regulamentada pela Lei 11.345, de setembro de 2006. Foi a solução encontrada pelo governo para receber dívidas fiscais dos clubes de futebol que se arrastam há anos. (FM)

Atlético, Coritiba, Londrina e Paraná deram ontem o primeiro passo para o pagamento das suas dívidas com o governo federal.

Em um evento realizado na manhã desta quarta-feira, na sede administrativa da Caixa Econômica Federal, em Curitiba, dirigentes dos quatro maiores clubes do estado assinaram contratos de parcelamentos de débitos com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), etapa obrigatória no processo de habilitação das agremiações à Timemania, nova loteria da Caixa criada pelo governo para quitar antigas e recentes pendências financeiras dos clubes com a União.

Por meio do jogo, os clubes concordam em vincular a receita proveniente da cessão do direito do uso das suas marcas na nova aposta ao pagamento de débitos fiscais com a Receita Federal, Previdência, Fazenda e FGTS.

"Esta é uma fase de qualificação dos clubes, em que eles renegociam seus débitos. Mas, a partir dessa renegociação, eles já deixam de ser considerados inadimplentes", explica Wellington Moreira Franco, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa.

Ele esteve pessoalmente na capital paranaense para a assinatura dos contratos e testemunhou a boa recepção dos dirigentes à novidade. "A ajuda é bem vinda, pois traz como primeiro benefício a facilidade no acesso ao crédito. Sem uma certidão negativa não se pode sequer fazer transações internacionais", ressalta João Augusto Fleury, presidente do Atlético. O lançamento da Timemania está previsto para fevereiro de 2008.

Segundo a Caixa, os valores das dívidas dos clubes são sigilosos. Contudo, de acordo com o banco estatal, os clubes brasileiros devem mais de R$ 2 bilhões ao governo, sendo R$ 155 milhões somente em FGTS, a primeira dívida atacada pela Timemania. Débitos antigos serão renegociados e diluídos na renda gerada e distribuída pela nova loteria, inclusive os que já estavam em fase de pagamento. O prazo para quitação é de 240 meses (20 anos). "Mas pretendemos fazer o nosso pagamento em um prazo mais curto", afirma Márcio Villela, vice-presidente de planejamento do Paraná.

Com isso, os clubes que já vêm pagando seus antigos tributos em atraso terão uma espécie de reserva de caixa a partir do surgimento da loteria, pois o dinheiro que seria empregado para esses pagamentos poderá ser utilizado para outro fim, como, por exemplo, investimento na infraestrutura. "A Timemania vai trazer uma economia indireta, pois essas dívidas deixarão de impactar o cofre do clube daqui para a frente", afirma Giovani Gionédis, presidente do Coritiba. Segundo ele, a dívida do Alviverde com o FGTS é de R$ 5 milhões. "Mas o Coritiba está totalmente saneado do ponto de vista tributário. Nossos impostos estão em dia", garante Gionédis.

Segundo Peter Silva, presidente do Londrina, a volta do nome limpo na praça – motivada pelo acordo assinado ontem – estimula a austeridade fiscal. "Agora é o momento de redobrar a conscientização da administração profissional, para não atrasar futuros empréstimos, se manter em dia e ficar atento para não perder o crédito que, aos poucos, está sendo reconquistado", diz o presidente do Tubarão, que renegociou o débito de R$ 1,8 milhão do clube com o FGTS. As diretorias de Atlético e Paraná não quiseram divulgar o valor do saldo devedor de seus clubes com o fundo.

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