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Com 55,1% do cronograma concluído, a Arena da Baixada é uma das poucas obras para a Copa do Mundo em Curitiba a caminhar relativamente bem | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Com 55,1% do cronograma concluído, a Arena da Baixada é uma das poucas obras para a Copa do Mundo em Curitiba a caminhar relativamente bem| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Atraso

Todas as obras de mobilidade de Curitiba para o Mundial estão atra­­sadas, segundo relatório publicado esta semana pelo governo fe­­deral. O Corredor Metropolitano, inclusive, foi excluído do PAC da Copa.

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A 18 meses da partida de abertura, o paranaense está menos otimista com a Copa do Mundo de 2014. Levantamento da Paraná Pesquisas, feito com exclusividade para a Gazeta do Povo, indica que diminuiu a confiança dos moradores do estado nos benefícios que o Mundial possa trazer ao país e, principalmente, na capacidade de Curitiba entregar uma boa infraestrutura para os quatro jogos da primeira fase que a cidade abrigará.

Confira os números que mostram a desconfiança do paranaense

O instituto ouviu 1.640 pessoas com mais de 16 anos, entre 11 e 15 de dezembro. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. O estudo é similar a outro realizado em novembro de 2011. A comparação entre os dois resultados permite detectar o ceticismo crescente do paranaense quanto às benesses do torneio.

O primeiro sinal do pessimismo é indicado pelo índice de pessoas que consideram a Copa algo positivo para o Brasil. Na pesquisa atual, 53,2% dos entrevistados responderam "sim". Embora ainda represente a maioria, é um percentual significativamente inferior ao do levantamento de novembro de 2011, quando a crença nos benefícios da competição da Fifa para o país atingia 63,1% dos paranaenses.

Os dez pontos percentuais foram transferidos quase integralmente para o bloco das pessoas que não veem a Copa como um vetor de benefícios para o Brasil. Há 13 meses, este índice atingia 34,1% dos entrevistados. Hoje, bate em 44,2%.

"O tempo vai passando, as obras não ficam prontas e é natural que esse otimismo diminua. Se não acelerar [o ritmo das obras], a tendência é cair ainda mais", analisa Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas.

Curitiba fecha 2012 com problemas sérios nas obras de mobilidade para o Mundial. Em outubro, a Gazeta do Povo publicou um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) que apontava atraso em todas as intervenções na cidade para o torneio. Na semana passada, uma alteração feita pelo governo federal na Matriz de Responsabilidades para a Copa do Mundo de 2014 excluiu a reforma do Corredor Metropolitano. A obra, orçada inicialmente em R$ 130,7 milhões, teve seu custo elevado para R$ 505 milhões.

Realizada dias antes da exclusão do Corredor Metropolitano do PAC da Copa, a pesquisa reflete a lentidão nos canteiros de obras pela cidade. A confiança de que Curitiba terá um nível de organização maior que o das outras sedes caiu de 54,8%, em novembro do ano passado, para 49,8% no levantamento atual. Considerando a margem de erro, há um empate entre este índice e o de pessoas que acreditam em uma organização igual ou inferior à das demais cidades selecionadas para o torneio, que é de 46%. No fim de 2011, a soma era de 38,7%.

O cenário atual abala, inclusive, uma das primeiras percepções quando foram escolhidas as 12 sedes, de que Curitiba precisava de menos intervenções em infraestrutura que as demais cidades. Segundo o levantamento, 40,2% dos entrevistados consideram que a capital do estado tem infraestrutura superior à das outras sedes. Índice bom, mas, a exemplo de todos os outros, abaixo da pesquisa de novembro de 2011, quando 44,4% apontaram Curitiba à frente das demais escalas do Mundial.

O rigor doméstico contrasta com a confiança na conclusão das obras em nível nacional. Em um dos poucos índices a variar positivamente, a confiança paranaense na entrega das intervenções Brasil afora passou de 46,6% a 48,7%.

Com a necessidade de entregar estádio em no máximo 12 meses e as obras de mobilidade até maio de 2014, Curitiba tem 2013 inteiro para cumprir este cronograma. E também para resgatar a confiança do estado na sua capacidade de receber bem o Mundial.

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