O Parlamento regional do País Basco aprovou nesta segunda-feira (16) um pedido à Federação Espanhola de Futebol para que a região volte a receber jogos da seleção nacional, após mais de 40 anos de interrupção.
A medida reflete o fato de que o Partido Socialista Operário Espanhol voltou a controlar o Parlamento desta comunidade autônoma neste ano, substituindo os nacionalistas moderados do partido PNV, que dominavam a política local desde 1980.
Na mesma votação o País Basco também pediu aos organizadores da Volta da Espanha de ciclismo que levem a corrida à região, após 31 anos de ausência.
As autoridades relutavam em realizar grandes eventos esportivos no País Basco em parte por uma sensibilidade nacionalista (considerando que o País Basco não é parte da Espanha), mas também por causa das atividades da guerrilha separatista ETA, que já matou mais de 800 pessoas em cerca de 40 anos de luta.
A última vez em que a Espanha jogou no País Basco foi em 31 de maio de 1967, no estádio San Mamés do Athletic de Bilbao, contra a Turquia pelas eliminatórias da Eurocopa. Já a Volta da Espanha não passa pela região desde 1978.
Gorka Maneiro, deputado pelo partido União Progresso e Democracia, que propôs as duas medidas, disse que o objetivo é injetar uma "dose de normalidade".
"A seleção espanhola de futebol se tornou um ícone global nos últimos anos", disse Maneiro. "Seu talento sugere que ela será bem recebida em qualquer estádio, inclusive o basco".
A maioria dos bascos é favorável a algum tipo de independência em relação à Espanha, embora só uma pequena minoria simpatize com os métodos separatistas violentos, segundo as pesquisas.
O atual "lehendakari" (presidente regional), o socialista Patxi López, é o primeiro líder da região desde a concessão da autonomia, em 1979, a apoiar inequivocamente a unidade com o resto da Espanha.
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