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Uma presa fácil, mas que conseguiu morder forte antes de ser abatida. Foi assim que o leão velho Vitor Belfort, 35 anos, foi derrotado pelo campeão da categoria meio-pesada (até 93 kg) do UFC, o americano Jon Jones, dez anos mais jovem, na madrugada de ontem, em Toronto, no Canadá.
O azarão brasileiro, que teve o mesmo cinturão nas mãos oito anos atrás, surpreendeu ao chegar perto de finalizar o rival com uma chave de braço no primeiro round. Porém, o UFC 152 retomou seu script original com uma incontestável vitória do novo fenômeno do MMA. Triunfo da nova geração sobre a antiga.
Jones usou uma chave americana golpe oriundo do jiu-jítsu, uma das especialidades de Belfort para acabar com a luta no quarto round. Antes, o leão novo dominou o adversário utilizando seu vasto e crescente arsenal, entre eles as contestadas cotoveladas.
O golpe não é ilegal, mas é o mais devastador permitido pelo UFC. Nem mesmo no extinto evento japonês Pride, que tolerava os chamados tiros de meta (chutes na cabeça do adversário no chão), as cotoveladas de cima para baixo eram consideradas legais.
Os cortes na região do supercílio acabaram com a tática do brasileiro, assim como também aconteceu contra Maurício Shogun Rua e Lyoto Machida. Apesar do risco iminente dos cotovelos afiados, Belfort constantemente puxava o americano para sua guarda, acreditando em mais uma chance de finalização.
A primeira realmente assustou o campeão. "Ele pegou meu braço de um jeito que nunca senti antes, mas trabalhei duro demais para desistir. Achei que ia quebrar, mas eu não iria bater", confessou Jones, que precisou imobilizar o braço após o duelo. A suspeita é de ligamento rompido.
Na coletiva de imprensa após o evento, Belfort afirmou que instintivamente aliviou a pegada da técnica quando sentiu um estalo.
Além da grande envergadura, vantagem com a qual é possível controlar a distância da luta, a juventude e vigor físico de Jones foram cruciais para o resultado da luta principal do UFC 152. No MMA, são raros os casos em que a ação do tempo não é implacável. Dos oito campeões do UFC, apenas dois tem mais de 30 anos (Anderson Silva e o canadense Georges St. Pierre).
Definitivamente, o octógono não é o melhor lugar para um leão cansado.
"Eu estava confiante que conseguiria [vencer], mas ele trabalha muito bem os cotovelos. Não estava com medo especificamente disso, mas antes da luta eu senti a costela. Não é desculpa, ele conseguiu aguentar a chave de braço e foi melhor, mereceu. Por isso é o campeão", reconheceu Belfort, que teve a torcida canadense ao seu lado e ganhou mais do que aplausos pelo esforço demonstrado.
Além do milionário contrato para subir ao ringue, o carioca embolsou US$ 65 mil por protagonizar a luta da noite. No futuro, por causa dos bons serviços prestados (como se oferecer para enfrentar Jones), ele já tem um lugar garantido entre os executivos do UFC.
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