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Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil | Reprodução
Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil| Foto: Reprodução

Neste domingo, quando a seleção brasileira entrar no ônibus e deixar o hotel a caminho do estádio de Xangai para a final do Mundial Feminino, um momento especial irá acontecer. Formiga vai puxar o coro e começará a homenagear a mãe de cada uma das 21 jogadoras. Começando pela sua, dona Celestina. Uma música improvisada, mas que dará um novo ânimo para a equipe entrar em campo contra a Alemanha, atual campeã do mundo, às 9h (horário de Brasília).

A idéia de homenagear as mães surgiu durante o Pan-Americano. Foram elas, na maioria das vezes, que "seguraram a barra" no início da carreira para as jogadoras seguirem com o sonho do futebol quando enfrentavam problemas com o pai. No início, deu trabalho para descobrir o nome de cada uma. Formiga sofreu, principalmente, para conseguir o nome da mãe da lateral Simone Jatobá.

- Foi difícil porque ninguém na seleção sabia. Aí descobri que era Lindalva. É um nome difícil de rimar. Quando comecei a cantar antes da final do Pan-Americano, a Simone pensava que não falaríamos o nome da mãe dela já que não tínhamos perguntado. Aí deixei para o último e soltei algo do tipo: "Ela é linda e maravilhosa, o nome dela é Lindalva". Foi show. A Ela não esperava e no vestiário veio comentar que tinha adorado - lembra Formiga.

A meia não tem dificuldade com alguns nomes das mães. A da zagueira Aline se chama "Madalena, Madalena... você é o meu bem-querer... Eu vou falar pra todo mundo, vou falar pra todo mundo... Que eu só quero é você".

- Isso faz bem para o grupo e ajuda a relaxar.

Ataque x defesa

Será também um duelo entre o forte ataque brasileiro, que tem as duas principais artilheiras da Copa do Mundo, contra a melhor defesa da competição. Marta, com sete gols, e Cristiane, com cinco, lideram a briga pela chuteira de ouro. As duas marcaram 12 dos 17 gols da seleção. Mas do outro lado enfrentam uma equipe que pode entrar para a história como a primeira campeã que não sofreu gol em uma Copa do Mundo.

- Vamos encontrar uma defesa muito fechada pela frente. Mas temos condições de vencer - disse Cristiane.

A Alemanha leva vantagem no duelo direto contra o Brasil nas competições oficiais da Fifa. São cinco jogos entre as seleções com três vitórias das rivais e dois empates. Será a terceira vez que os dois países se enfrentam em uma Copa do Mundo. Em 1995, a Alemanha venceu por 6 a 1. E, em 1999, a partida terminou empatada em 3 a 3. Já pelas Olimpíadas são três jogos. Em 1996, empate de 1 a 1. Em 2000, a Alemanha venceu as duas partidas. Na primeira fase, 2 a 1. E na disputa da medalha de bronze: 2 a 0.

Apesar de nenhuma final de Copa do Mundo ter tido mais do que três gols, Alemanha e Brasil têm tudo para quebrar essa barreira. As duas seleções têm boas médias de gols no Mundial: 3,8 e 3,4 por partida, respectivamente.

A seleção também joga pelo futuro do futebol feminino no Brasil. O inédito título não significa apenas mais uma estrela na camisa da seleção. É uma última tentativa da atual geração de conseguir patrocinadores e apoio.

- Vencer a Copa do Mundo pode ajudar muito o futebol feminino no nosso país - disse Daniela Alves.

- Se depois do Mundial nada mudar não terá mais jeito - completou outro vendedor.

Marta x Printz

A decisão terá o encontro das duas melhores jogadoras do mundo. Marta vem encantando com lances de efeito e bonitos gols. É a artilheira da competição com sete. Mas do outro lado vai encontrar Birgit Prinz, uma das maiores jogadoras de todos os tempos e que foi eleita três vezes pela a Fifa a melhor do mundo.

Prinz tem sorte quando enfrenta o Brasil. Em quatro dos cinco jogos em competições oficiais da Fifa ela balançou a rede. O mais importante foi na decisão da medalha de bronze na Olimpíada de 2000.

Marta, que deve ser eleita neste domingo pela Fifa a melhor jogadora da Copa do Mundo, só espera estar inspirada para a final. A Alemanha procurou relaxar na véspera da partida. Primeiro, as jogadoras foram liberadas para deixar a concentração e passear. Depois, a técnica Sylvia Neid surpreendeu e decidiu fazer o último treino 'a la brasileiro'. Nada de jogadas ensaiadas ou trabalho tático, como normalmente acontece. Apenar um recreativo.

- Será o encontro da disciplina e o jogo compacto de uma equipe contra o talento e a liberdade de criar. Sem dúvida será um dos jogos mais interessantes da Copa do Mundo - disse Sylvia Neid

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