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Com o pensamento "não temos nada a perder", o Paraná se tornou oficialmente ontem parceiro da Federação Paranaense de Futebol (FPF) na luta para que o Estádio Pinheirão seja uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.

No dia anterior, o presidente paranista, José Carlos de Miranda, chamou todos os ex-presidentes – não compareceram Dilso Rossi e Darci Piana – e alguns conselheiros aliados para uma reunião na qual ele e o mandatário da FPF, Onaireves Moura, divulgaram o projeto.

Ontem a cúpula diretiva do clube assinou na sede da Federação um protocolo de intenções que prevê a utilização de duas áreas pertencentes ao Paraná durante o Mundial: a Vila Capanema, indicada como local de treinos de alguma seleção baseada em Curitiba, e a sede do Tarumã, em frente ao Pinheirão, que serviria como estacionamento em dias de jogos.

Miranda, que desde o início da disputa entre Pinheirão e Arena apóia o estádio da Federação, vinha nos bastidores costurando o acordo com Moura. "Colocamos todas as nossas áreas à disposição e decidimos que, pela proximidade, a que poderia ser utilizada de melhor forma é a do Tarumã. Além da construção do estacionamento, o investidor (ainda mantido em segredo) vai financiar o rebaixamento do gramado da Vila, que se tornaria de alto padrão", disse o dirigente.

Outras vantagens são citadas pelo vice-presidente José Domingos: "Com a revitalização chamaríamos mais sócios para a sede do Tarumã, hoje pouco freqüentada. As cadeiras sociais do Pinheirão viriam para a Vila quando fosse demolido. E o reajuste do gramado deixaria nosso estádio pronto para uma reforma com construção de arquibancadas no lado da (rua) Engenheiros Rebouças", listou. No entanto, admitiu que investimentos adicionais no Durival Britto ficariam por conta do clube.

Outro benefício seria a venda de dez jogos por ano ao investidor do Pinheirão – nos mesmos moldes do contrato firmado pelo clube com a prefeitura de Maringá, em 2005 e 2006.

Segundo o ex-presidente Ocimar Bolicenho, antes de assinar com a FPF, Miranda resolveu consultar quem ocupou anteriormente o cargo porque o projeto vai afetar gestões futuras. "Como é uma decisão que envolve anos posteriores, ele voltou-se para o passado e quis ouvir a opinião de quem já teve a experiência de dirigir o clube. Aprovamos de forma unânime o projeto e a forma como será realizado", contou o conselheiro.

Bolicenho conta que nem mesmo a obscuridade na qual está envolvido o possível investidor de Moura pesou contra. "Não levamos isso em conta porque o Paraná não tem comprometimento nenhum, apenas vai ceder suas instalações. Então, se for confirmada a Copa em Curitiba e no Pinheirão, colheremos os benefícios. Se não, continua tudo como está", explicou.

A principal razão da unanimidade dos "notáveis paranistas" em torno do projeto se deve à toda responsabilidade ficar com a Federação, como confirma outro ex-presidente, Ernani Buchman: "O convênio não prevê nenhuma relação do Paraná com esse investidor. Se não houver nenhum, a Federação deixará de cumprir o acordo e ele estará automaticamente desfeito."

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