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Germano Krüger, estádio do Operário, o segundo time mais velho do estado. Clube se desdobra para fazer bonito no marcante ano do centenário | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Germano Krüger, estádio do Operário, o segundo time mais velho do estado. Clube se desdobra para fazer bonito no marcante ano do centenário| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

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Torcida desconfiada com o time

A torcida operariana deixa as comemorações do centenário de lado e cobra um bom desempenho dentro das quatro linhas. "A gente começa esse ano, assim como os outros. Não acreditamos que será o ano da rendição do Fantasma. Estamos apreensivos", relata o presidente da torcida organizada Trem Fantasma, Alexandre Hornung.

Já o presidente da Fúria Jovem, outra torcida do Operário, Jorge Vieira Lopes, é mais enfático. "A administração do time não está nada boa. O furo nos cofres pode refletir dentro de campo. É um clube profissional com história, mas que está sendo tratado como amador fora de campo", reclama o torcedor.

Para Lopes, se o time não conseguir demonstrar resultados no gramado, o reflexo será desastroso nas arquibancadas. "A gente sabe que o time depende da renda da bilheteria. Mas se não jogar bem, a torcida não comparece. Esperamos que o time não caia bem no ano do centenário", diz. O Operário estreia no Estadual fora de casa contra o Paranavaí, no dia 22 de janeiro. O primeiro jogo em casa será válido pela segunda rodada, no dia 25, contra o Atlético. O time também participa pela primeira vez da Copa do Brasil. A equipe ponta-grossense encara o Juventude (RS) no dia 7 de março.

Calendário

Outra dificuldade do Fantasma é a luta por um calendário no segundo semestre. O time terá de figurar entre os primeiros colocados no Estadual para a disputa da Série D, em agosto. No entanto, a previsão é de que o Estadual encerre em maio. Dessa forma, o time ficaria dois meses sem jogos.

"É uma dificuldade porque temos de arcar com a folha salarial dos jogadores nesse período. O que estamos estudando é fazer um contrato de risco com os atletas até o fim da 1ª fase da Série D. Se passar de fase, renova-se o contrato", diz o presidente Iurk.

O contrato dos atuais 27 boleiros do elenco expira em junho. "Mas a maioria deve topar permanecer para a Série D. Antes temos que garantir a classificação", diz.

  • Carlos Roberto Iurk, presidente do Fantasma, não esconde as mazelas financeiras do tradicional time dos Campos Gerais

Um dos decanos do futebol pa­­ranaense, o Operário Fer­­roviá­rio, de Ponta Grossa, entra no ano do centenário com poucos motivos para festejar.

Segundo time mais antigo do estado (perde apenas para o Coritiba, com 102 anos), a tradicional agremiação passa por momentos conturbados fora de campo.

Às vésperas de comemorar 100 anos de existência, no dia 1.º de maio, o time convive com a desconfiança da torcida e com um déficit de R$ 50 mil por mês nos cofres do clube.

Os quatro patrocinadores que ajudam o time depositam mensalmente um total de R$ 47 mil. Porém, apenas a folha salarial dos jogadores e da comissão técnica do clube é mais do que o dobro desse valor: R$ 160 mil.

E as despesas não param por aí. São R$ 20 mil em aluguéis de apartamentos utilizados pelos atletas e mais R$ 20 mil para alimentação. "Só aí já dá R$ 200 mil. O furo nos cofres é muito grande. Os próprios dirigentes tiram dinheiro do próprio bolso para custear os gastos", garante o presidente da equipe dos Campos Gerais, Carlos Roberto Iurk.

A principal fonte de renda vem dos direitos de transmissão dos jogos – um aporte mensal de R$ 60 mil.

Representante da cidade apelidada de "berço do futebol no Paraná", o Fantasma de Vila Oficinas, como é conhecido, sofre para conseguir um patrocinador máster, que possa bancar o clube no Campeonato Para­­naense e também na Copa do Brasil. Nenhum empresário do município aceitou desempenhar o papel.

A alternativa poderia vir de fora da cidade. No en­­tanto, nenhuma empresa de outro município aceitou a tarefa.

"A gente está enviando propostas, mas até agora nenhuma resposta positiva", lamenta Iurk.

A esperança do presidente é que o clube possa emplacar boa campanha no Estadual. Dessa forma, a renda das bilheterias seria fundamental para colocar as contas do Operário em ordem.

"A gente espera que o torcedor venha [ao estádio] e prestigie a equipe. A torcida é nosso principal patrocinador. Por enquanto, nós estamos perdendo noites de sono pensando na dificuldade financeira que enfrentamos", enfatiza.

O objetivo é encher o estádio Germano Krüger, cuja capacidade é de aproximadamente 8 mil pessoas. "Se conseguisse ficar na média de 6 mil torcedores por jogo já seria o ideal", aponta o diretor de futebol, Maurício Bar­­bosa. No ano passado, a média foi de 4.226 pagantes, a terceira melhor do estado.

Contudo, ele sabe que depender da receita de bilheteria está longe do ideal. "O que a gente percebe é que os empresários da própria cidade não têm interesse em apoiar o clube", enfatiza.

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