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Morro García durante treino no CT do Caju: punição no Uruguai exige precaução do departamento jurídico atleticano | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Morro García durante treino no CT do Caju: punição no Uruguai exige precaução do departamento jurídico atleticano| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Diretoria, comissão técnica e "líderes do grupo" se reúnem

Após o decepcionante empate com o Vasco, o Atlético tentou on­­tem colocar a casa em ordem. Uma reunião entre o presidente Marcos Malucelli, integrantes da comissão técnica e os "líderes do elenco", como definiu o site oficial do clube, foi o primeiro ato para a conciliação.

Além do segundo tempo abaixo da crítica contra os cariocas, o es­­topim da conversa foi a declaração do meia Paulo Baier. O veterano chamou o time de juvenil e co­­brou a presença dos mais tarimbados em campo.

Ontem, pouco antes do encontro, o meia Marcinho botou mais fogo na crise. Via Twitter, o jogador afirmou que alguns são "omis­sos", livrando apenas os atletas da opinião.

Pelo site do clube, após a reunião, Marcinho foi brando. "Tra­balho em grupo é assim, às vezes brigamos, discutimos de cabeça quente, mas o objetivo é sempre o mesmo", disse. (RM)

Liberado

Julgado ontem no STJD por causa dos incidentes envolvendo o jogo com o Fluminense (25/9), na Arena, o Atlético foi absolvido. Na ocasião, revoltada com a arbitragem de Wagner Reway (da Federação Mato-grossense), uma parte da torcida se deslocou para perto da saída do juiz, o que o fez ficar cinco minutos em campo após a partida. A Polícia Militar dispersou os manifestantes, com uma força avaliada pelo Atlético como desproporcional. O atacante Pablo e o zagueiro Rafael Santos, expulsos na ocasião, receberam apenas um jogo de suspensão, que já foi cumprido.

Punido no Uruguai por uso de co­­caína, o atacante rubro-negro San­tiago "Morro" García está ameaçado de não entrar mais em campo neste Brasileiro.

Com a divulgação da pena do atleta no país vizinho – suspensão por dois anos anunciada on­­tem pelo diário Ovación –, o advogado do Atlético, Domingos Moro, deixou subentendido que, por cautela, vai sugerir que a maior contratação do clube (cerca de R$ 7 milhões) não seja mais utilizada.

Para o advogado, não há possibilidade de o Furacão ser pu­­nido por ter utilizado o jogador contra o Vasco, na quinta-feira, porque ainda não havia uma definição da substância usada – inicialmente havia uma vaga definição de "droga social". Nem mesmo a sanção era certa.

No entanto, como agora a notícia veio a público com detalhes, por mais que o castigo só seja aplicado, por enquanto, ao território uruguaio, existiria algum risco de utilizar o jogador (em tese, na lógica jurídica, perde-se a boa-fé). Seria então possível enquadrar o clube no artigo 214 no Código Brasileira de Justiça Desportiva (CBJD).

A norma atesta sobre "incluir atleta que não tenha condição legal de participar de partida". O desdobramento disso poderia ser a perda do dobro do número de pontos em disputa para o caso de vitória e multa.

Mas a opinião de Moro não é unânime nem mesmo no departamento jurídico do Atlético. Pro­­cu­­ra­­do pela reportagem, o supervisor jurídico do clube, Gil Justen, não atendeu a reportagem. O profissional viajará hoje para o Uru­­guai para saber mais sobre o caso.

No entanto, pelo que foi apurado, o clube acredita que só haveria risco quando a Confederação Bra­sileira de Futebol for avisada do doping e notificar o Atlético, via Federação Paranaense de Futebol.

As autoridades uruguaias têm a obrigação de notificar a situação à Fifa – segundo regulamento da própria. A entidade suíça, em tese, seria a responsável por repassar as informações à CBF.

Diante disso, Morro foi relacionado para a partida de amanhã, às 16 horas, contra o Botafogo, no Engenhão. Orientado a não falar sobre o problema com a imprensa.

O doping ocorreu na final do Campeonato Uruguaio 2010-2011, no dia 12/6, quando o atleta de 20 anos ainda defendia o Na­­­cional de Montevidéu. Uma semana depois da partida decisiva contra o Defensor, García acertou sua vinda para a Baixada.

Como não apresentou defesa e nem pediu a análise da amostra B, o camisa 20 da Baixada recebeu a pena dentro do seu país.

De acordo com o coordenador do departamento médico do Fu­­racão, Edilson Thiele, os testes que detectariam a presença da substância proibida não são convencionalmente feitos na chegada de novos atletas. "Este não é um exame de rotina para todos os jogadores contratados em qualquer clube de futebol, não só no Atlético. Só se faz quando há uma suspeita."

Com 11 partidas pelo Rubro-Ne­­gro e apenas dois gols marcados, o jogador já estava sofrendo com a adaptação no Brasil, o que tinha me­­lhorado com a vinda da sua fa­­mília a cerca de 50 dias. Po­­rém, com a divulgação do doping, se­­gundo a reportagem apurou, Gar­cía ficou mui­­to abalado – tendo chorado muito na véspera do confronto com o Vasco.

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