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Onaireves Moura, presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), estará na linha de frente das apurações promovidas pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC). O órgão começa na segunda-feira a cuidar da suposta fraude na arbitragem estadual.

"Com certeza absoluta vamos ouvi-lo de-ta-lha-da-men-te...", destacou Dartagnan Cadilhe Abilhôa, coordenador da PIC. "A investigação abrange a pessoa dele", completou.

A auditora do Ministério Público, Christiane Herzer Gil, entrega hoje o parecer jurídico sobre o caso – primeiro passo para a abertura do procedimento pré-averiguação. "Daí veremos quem será intimado e de quais pessoas vamos determinar a quebra de sigilo bancário e telefônico", anunciou ele.

No caso específico do homem-forte do futebol estadual, tudo indica que ele será ouvido entre os últimos. "Temos a estratégia de deixar os depoimentos mais importantes para o final, até para colhermos mais subsídios. Precisamos compreender todos os meandros para pegá-los no contrapé."

Essa etapa de coleta dos dados, que possivelmente culminará com uma ação penal, não deve ser das mais rápidas – como tem ocorrido no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR). Como o delito em questão já teria ocorrido, o processo não ganha o caráter de urgência. "O dinheiro que foi dado já está no banco, as ligações já foram feitas e não podem ser modificadas."

A transição da esfera esportiva à criminal está contando com a participação do promotor do fórum de Campina Grande do Sul, o advogado Otacílio Sacerdote Filho. Ele é auditor do TJD e presidiu o inquérito que no dia 11 de outubro levou 13 pessoas a julgamento – com oito condenações.

"Sou amigo do doutor Dartagnan e ele quer que eu o coloque a par de tudo que aconteceu na nossa etapa de investigação. Vou contar então o que está faltando, algo muito próximo de se descobrir e situações contraditórias...", explicou Sacerdote Filho.

"A coisa só vai andar realmente quando ocorrer as quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal dos envolvidos. Feito isso, após a autorização judicial, haverá o cruzamento de dados e facilmente se chegará aos responsáveis", reforçou.

Otacílio só não concorda com a possível estratégia de retardar a presença de Onaireves Moura na PIC. "Estamos com um inquérito em andamento e ele disse saber a existência de dois bruxos, mas só dará esses nomes em juízo. Seria interessante abrir o jogo logo para assim nos ajudar."

O dirigente da FPF, durante testemunho no TJD na terça-feira, apontou como líder da trama o presidente do sindicato dos árbitros, o comerciante Amoreti Carlos da Cruz. Falou ainda que iria revelar a identidade de outros dois suspeitos apenas à polícia. Um deles atua no interior; o outro, na capital.

Caso sejam confirmadam as irregularidades na Justiça Comum, os envolvidos correm o risco de responder pelos crimes, conforme previsão do Código Penal, de estelionato, extorsão, formação de quadrilha e apropriação indébita.

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