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Veículos passaram por inspeção na praia de Magdalena, no Peru | Enrique Castro-Mendivil/Reuters
Veículos passaram por inspeção na praia de Magdalena, no Peru| Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters

Começa hoje em Lima, no Peru, a 34.ª edição do Rally Dakar, considerado a maior prova off-road do mundo. E pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil vê seu número de participantes diminuir. A prova terá sua largada a partir das 10 da manhã (de Brasília), e vai até o dia 19, com chegada em Santiago, no Chile, com a participação de mais de 400 veículos. Entre eles estarão apenas oito brasileiros disputando em três categorias – um nas motos, três duplas nos carro e um nos quadriciclos.

Em 2010, segundo ano em que a prova foi realizada na América do Sul, o número de participantes representando o Brasil chegou a 21. No ano seguinte, caiu para 15. Na última edição, em 2012, houve uma nova diminuição, chegando a 14. No sentido contrário ao número de brasileiros está o aumento no número total de veículos inscritos. Foram 443 no ano passado, chegando a 452 em 2013.

Para quem pilota, esse é o resultado da falta de apoio e de estímulo dados pelos responsáveis pelo esporte no Brasil. "Acho que falta um incentivo financeiro para o rali nacional, temos excelentes pilotos e com certeza com o equipamento certo traríamos ótimos resultados, mas no Brasil tudo é mais complicado, não se fabrica aqui as peças e equipamentos de ponta e cada importação é muito tributada. Se houvesse pelo menos esse estímulo, aumentaríamos a participação, a qualidade dos carros e motos, e com certeza os resultados apareciam mais", diz o navegador estreante Thiago Vargas, da equipe Prominas Racing.

O companheiro de Vargas na prova, o piloto Bruno Sperancini, afirma que a organização da prova reconhece a qualidade dos brasileiros na disputa, e reforça que o pouco apoio dado e os altos custos do automobilismo no Brasil afastam o progresso no rali.

"A organização do Dakar reconhece que no Brasil existem pilotos que podem ser favoritos, mas ao mesmo tempo sabem que o custo no país para ser competitivo é muito grande. Não é à toa que o Dakar ainda não passou por solo brasileiro, já que tudo é mais caro e mais burocrático."

Já o veterano Jean Azevedo, da equipe Avante, que há 15 anos participa do rali e este ano volta à categoria motos após dois anos nos carros, vê a falta de interesse do país e a pouca divulgação da modalidade como o principal fator de desmotivação do país no Dakar.

"Isso se deve também pelo fato de a imprensa em geral não dar tanto espaço para o Dakar em comparação ao futebol, por exemplo. Acredito que se o rali tivesse mais divulgação com certeza seria mais fácil conseguirmos mais investimento, já que o Brasil possui competidores muito talentosos na modalidade", diz ele, que será o único na categoria motos, já que o motociclista Felipe Zanol, da Equipe Honda Racing, cancelou sua participação em função de um acidente sofrido em novembro.

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