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Entrevista

Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol.

É o fim do Pinheirão?

Não tenho a menor dúvida. Passou da hora. São tantas as dívidas que você acorda e a dívida aumentou. Não há a mínima condição de administrar. A venda é o único caminho.

Já existem interessados?

Nós fomos procurados por empresários, construtoras, quatro ou cinco grupos. Agora é o momento, pois temos o amparo legal dos filiados.

Coritiba é um interessado?

O Coritiba faz parte de um projeto de construtora.

Quanto vale o Pinheirão?

Temos um laudo de avaliação da prefeitura [não informado], da Comissão de Valores Imobiliários [R$ 42 milhões], e da Federação, de R$ 66 milhões. Partiremos do valor da Federação.

E as dívidas?

Giram em R$ 60 milhões. O Atlético é credor, com R$ 15 milhões... Ele entra na escala de recebimento. A prioridade é o INSS, cerca de R$ 40 milhões. Depois os R$ 8 milhões com a prefeitura.

Quanto tempo pode demorar?

Temos um leilão no início de outubro, de uma penhora de R$ 1,3 milhão. Queremos definir antes. (AP)

Agora oficialmente, o Pinhei­­rão está à venda. Ontem pela ma­­nhã, em assembleia geral da Federação Paranaense de Fu­­tebol (FPF), 36 filiados à entidade concordaram, de forma unânime, com a negociação do estádio – 89 tinham condições de voto. O comprador e o valor, de R$ 66 milhões, já es­­tão acertados.

A assembleia na sede do Tri­este, em Santa Felicidade, durou uma hora e foi mera formalidade. Atlético, Coritiba – parceiro do comprador – e Paraná anteciparam a aprovação.

A prefeitura de Curitiba, doadora de parte do terreno, também avalizou o negócio antes. E, para não correr risco, o presidente da Federação, Hélio Cury, costurou no início da se­­mana o "sim" dos clubes e ligas amadoras.

A FPF quer se livrar do Pi­­nheirão e suas dívidas o quanto antes – em torno de R$ 60 mi­­lhões, relativos a débitos com INSS, IPTU e Atlético. "Passou da hora. São tantas dívidas que você acorda e aumentou", diz Cury.

Está marcado para outubro um leilão do estádio, provocado por uma penhora de R$ 1,3 mi­­lhão. A expectativa é encaminhar tudo até lá.

O nome do comprador segue em sigilo. Sabe-se, apenas, se tratar de um grupo estrangeiro, composto por investidores portugueses e espanhóis. O Conselho Fiscal da Federação já aprovou a negociação, pelo preço levantado pela entidade em dezembro do ano passado: R$ 66.635.000.

Também não se sabe ainda qual será o modelo do negócio: como os investidores vão pagar e o que exatamente será construído nos 124 mil m² do terreno no bairro Tarumã.

Além de definir o modelo, nos próximos dias o representante do grupo interessado pretende es­­treitar o contato com as construtoras. A OAS é uma candidata forte. A empreiteira chegou a fazer uma proposta para tocar a conclusão da Arena da Baixada, do Atlético, e está trabalhando na Arena do Grê­­mio, em Porto Alegre.

A intenção é erguer um com­­plexo imobiliário, com estádio, shopping, hotel e condomínio residencial, orçado em cerca de R$ 1 bilhão. Para a arena, que seria a nova morada do Coxa, deve ser destinado um orçamento de R$ 440 milhões.

Na associação com o Al­­vi­­ver­de, representado na assembleia geral de ontem pelo presidente Jair Ciri­­no, nada muda. Para re­­ceber a nova praça esportiva, o clube teria de ceder o terreno do Estádio Couto Pereira, sem qualquer outro comprometimento financeiro – o objetivo dos in­­vestidores é aproveitar o espaço no Alto da Glória para fins residenciais.

Como vem fazendo desde que a história surgiu, o vice-presidente coxa-bran­­ca, Vilson Ribei­ro de An­­drade, prefere não confirmar o envolvimento do clube no projeto. "Até o momento, o Coritiba não foi procurado. Se isso acontecer, entramos em outra fase", afirma.

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