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Eternamente criticado, o estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPP) caminha para o ostracismo com a saída do seu último inquilino. A transferência dos jogos paranistas para a Vila Capanema abandona o palco à incerteza e deixa o Pinheirão na iminência de confirmar uma vocação antiga, a de elefante branco.

O futuro da praça esportiva parece ainda mais nebuloso com o desânimo do seu maior entusiasta. Onaireves Moura avisa: não colocará mais um tijolo sequer no local.

Mas ainda não é uma morte anunciada. Apesar do desgosto com o excesso de críticas e a falta de apelo do estádio localizado no quintal da entidade máxima do futebol paranaesne, o presidente da FPF já pensa, pelo menos, numa sobrevida ao Pinheirão.

Assim que as estacas começaram a ser fincadas no novo Durival Britto (que será reinaugurado na próxima quarta-feira, com o jogo entre Paraná e Fortaleza), Moura iniciou negociações para evitar o abandono total do estádio.

"Fizemos contato com um clube do exterior interessado em montar uma filial no país para buscar novos talentos e comercializá-los", informou o dirigente. Segundo ele, as negociações estão 90% finalizadas.

Os detalhes restantes, entretanto, são suficientes para ele manter o nome e a procedência do clube investidor em sigilo. A possível nacionalidade russa da agremiação, cogitada nos bastidores, não foi confirmada pelo dirigente. "Devemos anunciar em 30 dias."

Centro de Triagem

O novo parceiro gastaria cerca de R$ 2 milhões no local. "R$ 500 mil só para trocar o gramado", explica o dirigente sobre o ponto mais crítico do estádio. Outro alvo das melhorias é a ampliação do alojamento, hoje capaz de abrigar 200 atletas. A obra é fundamental para a nova vocação do local.

"Será um centro de triagem de novos talentos", explica Moura. "Acho que essa iniciativa ajudará, e muito, o futebol paranaense, com a possibilidade de vários clubes negociarem seus atletas", espera.

Copa? Nem pensar

A parceria é o único horizonte do Pinheirão. Nem mesmo a eventual escolha do Brasil como o país da Copa de 2014 e a possível definição de Curitiba como uma das sedes seduz o comandanta da FPF.

"Nós não temos torcida. Ter o estádio na Copa é interessante para os clubes. Para mim não adianta virem aqui, reformarem e depois abandonarem. Não vou lutar por isso. Se for do interesse da prefeitura, do estado, tudo bem. Eu não coloco tijolo algum aqui", prometeu o cartola.

Apesar da rejeição permanente ao local, o Pinheirão teria pelo menos uma virtude em relação aos outros estádios da capital, o espaço. Por exemplo, todos os estádios da Copa do Mundo na Alemanha possuíam uma extensa área externa, essencial tanto para o acesso de pessoas como para o estacionamento dos inúmeros veículos de transmissão.

"Nisso somos imbatíveis. Na nossa área cabem a Arena, o Couto Pereira a Vila Capanema e o Erton Coelho (no Boqueirão e ainda sobram 40 mil metros quadrados", conta. A área total ocupada no Tarumã é de 160 mil metros quadrados.

Enquanto o parceiro internacional não vem, o Pinheirão será usado para os jogos do Coritiba B na Copa dos 100 anos (de setembro a dezembro deste ano), para treinos do Real Brasil e para confrontos de maior apelo do Paraná quando o a previsão de público exceder os 15 mil da Vila Capanema. Um consolo ao projeto concebido para ser um dos melhores do país.

Independentemente do futuro, a FPF assegura que o aluguel da área externa para uma feira de automóveis, parques de diversões, circos e de um barracão de exposições garantem a manutenção do estádio.

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