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Brincadeira de criança: Léo Gago relembra a infância empinando pipas quase todos os dias no CT da Graciosa antes e depois dos treinamentos | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
Brincadeira de criança: Léo Gago relembra a infância empinando pipas quase todos os dias no CT da Graciosa antes e depois dos treinamentos| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

O bom futebol de Léo Gago passa, nem que seja em uma pequena fração, pelas próprias mãos do volante de 28 anos. Pequenos cortes feitos por linha estampam os dedos do jogador, que empina com orgulho sua pipa no céu normalmente ventoso do CT da Graciosa antes ou depois de quase todos os treinamentos.

A possibilidade de relembrar os tempos de infância em Cam­­pinas (SP), aliada ao ambiente ideal para jogar bola – sua outra paixão – estão ligados ao desempenho do meio-campista que, apesar de só ter balançado a rede na 29.ª partida do ano, na última quinta-feira, contra o Palmeiras, faz uma temporada marcante.

Seja com seu característico lançamento longo, virada de jogo, roubada de bola precisa ou assistências para gol, Gago tornou-se o ponto de equilíbrio do Coritiba de Marcelo Oli­­veira. Mesmo assim, o camisa 8 se cobra muito para evoluir. Até o primeiro gol sair, treinava arremates exaustivamente, por exemplo.

"Faltam umas coisinhas... uma roubada de bola, uma mar­­cação mais dura, uma saída de bola com mais chegada no ataque, umas investidas de surpresa no setor ofensivo...", apontou o volante, cujos olhos brilham enquanto segura a carretilha e olha para o alto.

"É parte da minha infância e me orgulho muito. Fui criado na base do caráter, na humildade em um bairro que era muito violento", comentou Gago, que foi abraçado por todos os jogadores de linha do Alviverde assim que marcou o terceiro gol da goleada por 6 a 0 sobre o Palmeiras, pela Copa do Brasil.

Depois, quando se aproximou da linha lateral, recebeu con­­gratulações da comissão técnica e de todos os reservas. Sinal de que é querido e admirado pelo grupo. Já o distúrbio da fala que lhe rendeu o óbvio apelido é outro motivo de tanto carinho.

"Por eu ser gago, quando falo para o grupo e gaguejo, ficam zoando, dando risada. Não ligo, levo na boa, brinco com todos tam­­bém. Não tem um com quem não converso", disse, er­­ran­­do ao pronunciar algumas palavras, porém muito mais fluente do que há al­­guns anos. "A fase está boa, estou mais tranquilo e me aperfeiçoando", justificou ele, que virou um dos assuntos mais comentados do Twit­­ter após voltar a balançar a rede.

O microblog, aliás, virou parte do dia a dia do atleta. Local para interagir com os fãs e sortear a camisa da sua me­­lhor partida do ano. "Quan­­­­do era menino queria saber qual eram os passos dos jogadores, o que eles faziam e agora tem isso para acompanhar. É muito bacana. Sei que a­­que­­las pessoas estão torcendo por mim", fechou o fã de pagode, rap e sertanejo e do­­no da maior coleção de pipas do centro de treinamen­­tos co­­xa-branca.

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