PM londrinense troca o estresse das ruas pelo apito no Atletiba

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Durante uma operação policial, ontem à tarde, na região mais po­­­bre de Londrina, o sargento da PM Antônio Denival de Moraes recebe um telefonema. Do outro lado da linha o presidente da comissão de arbitragem da Fe­­de­­ração Para­­naense de Futebol, Afonso Victor de Oliveira, tinha o aviso mais im­­portante da carreira de Denival: ele foi sorteado para apitar o Atletiba que decide o Estadual, domingo, no Couto Pereira.

Aos 40 anos de idade (20 dedicados à polícia, 15 em paralelo à arbitragem), o escolhido para mediar o principal confronto do Paraná mostrou tranquilidade. Apesar de estar escalado apenas pela segunda vez para o clássico (a primeira foi em 1999), o juiz pareceu indiferente.

Tanto que no primeiro contato da reportagem, por volta das 16h30, não demonstrou nenhum tipo de ansiedade em falar. "Só que estou a trabalho no meio da favela agora. Me liga depois...", pediu, sem a necessidade de mudar em nada sua rotina por causa notícia que acabara de receber.

Operação concluída e o novo contato foi atendido com uma calmaria fora do comum. Algo que De­­nival tentará manter para a partida.

"Estou preparado, muito tranquilo e sossegado. Sei que é um jogo difícil, mas vai dar tudo certo. Os jogadores melhoraram muito de uns anos para cá. Com um pouquinho de sorte, dará tudo certo", comentou.

A calma de Denival justifica-se pelas atuações dele em 2010. Nome mais escalado do Estadual (vai para o oitavo jogo), era a opção do sorteio ao lado de Héber Roberto Lopes. Venceu nas bolinhas e me­­di­­ará o Atletiba.

"Com a contusão do Roman (Evandro Rogério, que só volta a apitar no Brasileiro), o Denival e o Héber eram mesmo os melhores para o sorteio. Não temos nenhuma queixa", avaliou o diretor de fu­­­­tebol do Atlético Ocimar Bo­­li­­cenho.

O clube da Baixada estava re­­presentado quando o globo metálico foi girado pelos funcionários Márcio Silva (assessor jurídico) e Éder Chibior (supervisor administrativo). Já o Coritiba, preferiu não comparecer.

"O Coritiba não tem opinião so­­bre isso (arbitragem). A responsabilidade é da Federação e confiamos nela", disse o vice-presidente Víl­­son Ribeiro de Andrade.

A mesma confiança alviverde o policial/árbitro assegura levar do dia a dia da PM para apitar o jogo de maior rivalidade do estado. Hoje, estará novamente a serviço da corporação, mas amanhã, viaja para se concentrar em Curitiba.