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Integrantes da polícia, clubes e torcidas participaram do encontro: segundo o coronel, não adianta mais só dar advertência | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Integrantes da polícia, clubes e torcidas participaram do encontro: segundo o coronel, não adianta mais só dar advertência| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

As medidas

Da reunião de ontem saiu uma série de ações que serão implantadas já a partir da semana que vem:

- Os integrantes de torcida organizada serão cadastrados a partir da semana que vem. Os comandos terão de colaborar na elaboração da listagem, sob risco de responsabilização dos seus chefes caso eles não ajudem.

- O acesso das facções aos ônibus especiais em dia de jogos será restrito. Só embarcará quem tiver ingresso para o jogo e apresentar carteirinha de sócio da organizada ou do clube.

- Os baderneiros que promoverem depredação contra ônibus, terminais e estações tubo serão detidos, identificados e qualificados.

- A polícia irá incitar cidadãos comuns a registrar em foto ou vídeo atos de vandalismo e encaminhar esse material à polícia ou à imprensa.

"Ele achou que o pessoal ia recuar. A maioria pulou. Dois não"

Adriana Brum

Ir embora do Atletiba de domingo com o grupo de torcedores escoltado pela polícia era a forma mais segura de voltar para casa na opinião do atleticano André Fonseca, 21 anos. A crença desfez-se depois que viu o colega João Henrique Mendes Xavier Vianna e André Zer­­binati serem atropelados por um carro ocupado por seis torcedores do Coritiba após o clássico.

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O Atletiba, pelo menos por en­­quanto, não será de apenas uma torcida. Foi o que ficou decidido on­­­­tem pela manhã, em reunião entre a Polícia Militar (PM), Minis­­tério Público (MP) e integrantes das principais torcidas organizadas de Atlético e Coritiba – a proposta ha­­via sido encampada por uniformizada e diretoria do Rubro-Negro. "Neste momento não resolveria. O problema está fora do estádio", diz o Coronel Jorge Costa Filho, co­­mandante do policiamento da capital.

O encontro, marcado ainda an­­tes do clássico de domingo passa­­do, ocorreu no Quartel do Coman­­do Geral da corporação, no centro de Curitiba. A intensão era avaliar o sistema de segurança usado na principal partida do futebol paranaense. Porém, devido aos diversos incidentes ocorridos na cidade (um torcedor atropelado está internado em estado gravíssimo e 28 ônibus foram depredados), a reunião se transformou em uma me­­sa-redonda em busca de soluções contra a violência. A PM admite re­­ver a estratégia atual. "Não adianta só dar advertência", diz o coronel.

A ideia é fechar o cerco contra os vândalos. A partir da próxima se­­mana começará a identificação dos torcedores. Ofícios serão encaminhados aos comandos (subdivisões das uniformizadas) para que ajudem na elaboração de uma listagem com os nomes dos baderneiros. "Sabemos que rola uma lei do si­­lêncio. Mas se ninguém falar na­­da, sobrará para os líderes do comando", avisa Júlio Sobota, o Ju­­lião, vereador de Curitiba e pre­­siden­te da Torcida Os Fanáticos.

Haverá também uma triagem nos acessos aos ônibus especiais em dias de jogos – veículos exclusivos que sairão de determinados pontos da cidade (terminais), sem paradas, até a estação mais próxima ao estádio, escoltados pela polícia. O valor da passagem continuará sendo cobrado.

"Só embarcará quem tiver in­­gresso para o jogo, apresentar a carteirinha de sócio da organizada ou de sócio do clube", explica o Major Arildo Luís Dias. "Aquele que optar por não participar do comboio, é porque está pensando em outra coisa. Aí se saberá quem quer torcer e quem quer bagunçar", emenda Luiz Fernando Cor­­rêa, o Papagaio, presidente da Império Alviverde.

Para fechar o pacote antiviolência, a PM irá reprimir o vandalismo contra ônibus, estações-tubo e terminais. "Estamos identificando jun­­to à Urbs (ligada a prefeitura mu­­­­nicipal) os locais de maior de­­predação", afirma Costa, prome­­ten­­­do repressão aos maus torcedores. "Se houver tumulto, todos se­­rão detidos momentaneamente, identificados e qualificados. Não interessa se ficarão 10 ou 15 horas no quartel. Na sequência encaminharemos ao Poder Judiciário e ao Ministério Público", acrescenta.

O coronel pede ainda a colaboração da sociedade. "É preciso denunciar", diz. "Queremos que o cidadão comum, de bem, que está indo para o jogo, quando identificar algo errado, filme e passe para um canal de televisão ou para a Polícia Militar. Assim, poderemos saber quem é a pessoa", explica.

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