Pobreza dos rivais agrava o drama paranista

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Dois estádios próprios, um centro de treinamento, sete títulos estaduais, dois Brasileiros da Série B no currículo... A estrutura, o histórico e até o poderio econômico (em relação aos rivais na tabela) não foram suficientes para o Paraná evitar a vergonha no Paranaense 2011.

Rio Branco e Paranavaí – principais concorrentes do clube na luta para escapar da degola – por exemplo, recebem pelos direitos de transmissão do campeonato pouco mais de R$ 200 mil, valor quase quatro vezes inferior ao que a diretoria paranista administra pela mesma verba.

"Recebemos esse valor da tevê e metade é usado para pagar dívidas. Há três anos trabalhamos com uma folha de pagamento que não passa de R$ 50 mil", conta o diretor de futebol do Paranavaí, Lourival Furquin. "Gostaríamos de trabalhar em outro patamar, mas é muito difícil, porque futebol é investimento", emenda.

O calendário é outro fator que favorece o Paraná. A disputa da Série B no segundo semestre torna-se um chamariz para algumas contratações, algo que os times do interior não conseguem fazer.

Ano após ano, restam para ACP e Rio Branco contar com os times de ocasião, montados para o Paranaense e desmanchados depois da competição. "O resto do ano é difícil para nós e a maioria dos jogadores sai em busca de outro time. O clube acaba liberando até para não prejudicá-los", diz o presidente do Rio Branco, Nivaldo Domanski, que gera um orçamento mensal de no máximo R$ 100 mil.

Toda a vantagem tricolor nestes aspectos, contudo, não se refletiu em campo. A tabela mostra o Pa­raná com 16 pontos, cinco abaixo dos "nanicos".

Assim mesmo, de acordo com o vice-presidente de patrimônio do clube, Renê Bernardi, a dificuldade financeira é a desculpa para o momento de exceção. "O Paraná hoje é um clube grande, mas com poucas receitas. Isso acaba dificultando o trabalho", diz.

"O Paraná tem bastante patrimônio e nossa meta é fazer isso gerar lucro. Por enquanto, traz despesas e acaba trabalhando contra nós", analisa Bernardi, esperando que a estrutura do Tricolor não seja utilizada para jogos da Segunda Divisão estadual no próximo ano.