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A frase de André José Adler é o re­­trato do futebol americano brasileiro: "Qualquer pessoa que lida com esse esporte por aqui está aprendendo ano a ano". O búlgaro que chegou ao Brasil com 3 anos foi o narrador do primeiro jogo entre duas equipes uniformizadas no país, há dois anos: Curitiba Brown Spiders x Barigui Croco­­diles, ambas da capital paranaense. Talvez pela tradição curitibana no esporte, a final do primeiro Bra­­sil Bowl, o Nacional da modalidade, tenha sido tão polêmica.

No dia 18, em Embú das Ar­­tes, São Paulo, a equipe que treina no parque curitibano perdeu por 49 a 21 para o Ar­­senal, de Cuiabá. O jo­­go teve dois mo­­mentos distintos. O primeiro, quando o time campeão dominou a partida; o segundo, quando os Cro­­codilos encostaram no placar. A mudança não ocorreu por acomodação do time que estava na frente, mas pela saída de três jogadores norte-americanos.

"Enquanto eles estavam em campo, marcaram 40 dos 49 pontos do Arsenal. Quando saíram, o ti­­­­me deles não fez mais nada", ex­­plica Ricardo An­­tu­­nes Toresin, atle­­ta e, às vezes, uma espécie de as­­sessor de im­­prensa do Crocodiles.

Até aqui, parece choro de perdedor. Contudo, o problema todo começou nos playoffs. Após a classificação regional, o time do Mato Grosso resolveu incrementar a equipe para chegar ao título e trouxe os três gringos. Gente que atuou por universidades e não teve futuro profissional. Mas o suficiente para a equipe co­­locar "no bolso" outros dois favoritos: o Fluminense e o Corinthians.

A manobra dividiu opiniões, e rendeu xingamentos entre torcidas, mas serviu para fazer o esporte no país dar mais um passo. Nas próximas competições, deverá ser exigido que o jogador, para atuar nos playoffs, tenha participado da fase regional.

Embora a Confederação Brasi­­leira não tenha confirmado ainda a mudança, no Torneio Tou­­ch­­down, tão importante quanto o Na­­cional, a regra foi acrescentada com antecedência. Daí voltamos a Adler: ele é o organizador do campeonato. "Nin­­guém esperava isso tudo. A en­­trada de americanos no esporte do país pode ser enriquecedora, pois ainda pecamos na qualidade técnica. Só que isso tem de ser feito com precaução", opina.

Os diretores da Confederação não foram localizados pela reportagem.

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