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Caberá à Polícia Civil de Cianorte descobrir de quem é a culpa pela queda de um bloco de arquibancadas tubulares no segundo tempo da partida entre Cianorte e Galo Maringá (2 a 1), quarta-feira, que resultou em 21 feridos. A maioria das vítimas teve apenas escoriações leves, mas duas pessoas sofreram fraturas e ontem à tarde foram submetidas a cirurgias na Santa Casa de Cianorte.

O inquérito para apurar se houve negligência já foi instaurado pela Polícia Civil. O prazo para ser concluído é de 30 dias. Se forem apuradas irregularidades, os responsáveis serão denunciados pelo Ministério Público. "Como não houve invalidez ou morte das vítimas, as penas são leves e normalmente revertidas em trabalhos comunitários", afirma o delegado Ítalo Sêga.

No caso de a culpa recair sobre o Cianorte, pelo Estatuto do Torcedor tanto seu presidente, Marco Antônio Franzato, como o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, poderão ser destituídos do cargo.

Ontem, um dia após o incidente, ninguém quis assumir a responsabilidade, passando a culpa para o outro.

A rede de desculpas começou com a FPF, que tem a obrigação de vistoriar todos os estádios da competição, passou pelo clube Cianorte, mandante do jogo, chegou à prefeitura, proprietária do estádio, aos Bombeiros, responsáveis pela liberação do local, à empresa Mirage Promoções Artísticas LTDA, de Maringá, que instalou as tubulares, e terminou na torcida, que foi acusada de ter pulado demais nas arquibancadas.

No dia 14 de novembro de 2005, a FPF foi a Cianorte e realizou a vistoria no estádio. Na época, a arquibancada turbular atrás do gol não existia, e o estádio foi aprovado. Em janeiro deste ano, sem conhecimento da entidade, o Cianorte contratou a empresa Mirage – como fez durante os últimos três anos – e colocou três blocos atrás de um dos gols. O clube pediu a vistoria do Corpo de Bombeiros, que exigiu uma comprovação técnica sobre a segurança. Sem receber a chamada ART (anotação de responsabilidade técnica), não aprovou o local, que mesmo assim foi utilizado no Paranaense.

As arquibancadas passaram despercebidas para os representantes da FPF durante três rodadas com mando do Cianorte. "Eles prestam mais atenção no jogo. Mas a partir de agora vou pedir para verificarem isso também", justifica Cyrus Itiberê, presidente da Comissão de Vistoria da FPF.

A ART só foi aparecer ontem, um dia após o acidente. "Sempre tivemos o documento. Trabalho com isso desde 2000 e nunca havia acontecido nada", afirma Altair José Rota, proprietário da Mirage.

Ontem, espontaneamente, ele foi à delegacia depor. "Houve aglomeração em cima de quatro tábuas. O cavalete não suportou os pulos da torcida. Isso não cai de uma vez só. Vai entortando, entortando... E mesmo assim eles continuaram pulando até cair", afirmou.

O presidente do Cianorte continua dizendo que o problema é da prefeitura, que teria alugado as arquibancadas. Mas segundo a Mirage, o negócio foi feito direto com o clube.

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