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Marcelo Alves treina no Jockey Club, em Curitiba, se preparando para a aventura que o levará a correr maratonas na Antártida, no Chile, nos EUA, na Espanha, no Marrocos, nos Emirados Árabes e na Austrália | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Marcelo Alves treina no Jockey Club, em Curitiba, se preparando para a aventura que o levará a correr maratonas na Antártida, no Chile, nos EUA, na Espanha, no Marrocos, nos Emirados Árabes e na Austrália| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Sete maratonas em sete dias consecutivos. Tarefa para aventureiro, como se autodefine o curitibano Marcelo Alves, o único representante sul-americano na 2015 Marathon Challenge, que começa no dia 11 de janeiro. Mas que exige um quê de superatleta.

INFOGRÁFICO: Veja o percurso da Marathon Challenge

O desafio é maiúsculo. Em 168 horas, os 12 competidores vão enfrentar as mais variadas condições de temperatura, altitude, umidade e terreno. Entre gelo, grama, asfalto e areia, vão correr 295 quilômetros. Isso só da competição em si. A essa loucura somam-se 59 horas de voo e 38 mil quilômetros de deslocamento aéreo.

Essa é a primeira vez que a corrida será realizada. E os organizadores não poderiam ter sido mais cruéis. A prova começa na Antártida, com temperaturas batendo os 30ºC negativos. Na sequência o ar vai esquentando em Punta Arenas (Chile) e Miami (EUA).

Vencidas três maratonas, o Oceano Atlântico fica para trás. É a vez de Madri (Espanha), Marrakesh (Marrocos) e Dubai (Emirados Árabes). A última parada, para quem ainda estiver em condições, é em Sydney (Austrália), a mais quente.

"Será o maior desafio da minha vida. São sete maratonas seguidas e é uma prova que não tem histórico. Tudo é muito imprevisível, já que não dá para aprender com os erros dos outros. Nós é que vamos errar", comenta Marcelo Alves.

Pode até parecer que as corridas são o grande obstáculo. Entretanto, elas são o menor dos problemas. A preocupação principal é com a qualidade da recuperação entre as etapas, já que o descanso será dentro de um avião, longe de fornecer condições adequadas. É como correr uma maratona e se recuperar no topo de uma montanha, com possibilidade, por exemplo, de trombose nas pernas. Cama é um luxo que não terá – no máximo um colchonete improvisado.

Nenhum dos competidores passou por uma experiência parecida. No caso do brasileiro, uma vantagem é que conhece bem o ponto de partida, afinal, já participou de uma maratona na Antártida – ele também correu no Polo Norte e no Everest. "Sei da dificuldade, é completamente diferente do que correr no asfalto. Tenho de guardar energia para as outras seis", planeja Alves.

Foi exatamente essa experiência na Antártida que aproximou o curitibano da Marathon Challenge. A empresa que organiza as duas provas é a mesma e por isso recebeu o convite. Só que não foi de graça. Para participar, teve de bancar 32 mil euros. Dinheiro arrecadado com patrocínios.

Ao confirmar presença na aventura, o corredor precisou adequar a rotina de treinamentos. De cindo dias por semana, passou a treinar diariamente e atingir até 140 quilômetros em uma semana. Com a proximidade do dia da largada, começou a reduzir a carga, chegando no máximo a 80 quilômetros semanais.

Além disso, o cuidado com a alimentação tem sido fundamental. Mesmo que ao contrário. "Estou em uma fase diferente agora. Além de correr menos, estou na fase de engorda. Preciso engordar para ter o que perder durante a prova", diz.

O porcentual de gordura de Alves fica normalmente em 12%. Só com isso, nem sequer aguentaria a segunda maratona do desafio. Por isso, a meta é atingir 17% antes do embarque.

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