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Jogadores do Flamengo comemoram o título da NBB | João Pires / LNB
Jogadores do Flamengo comemoram o título da NBB| Foto: João Pires / LNB

O Flamengo é uma força difícil de ser superada quando duas coisas se unem. Um time forte em ação e sua torcida na arquibancada. Os dois fatores estavam em plena exibição, na manhã deste sábado (1º), na Arena HSBC, no Rio, quando mais de 16 mil torcedores transformaram o vasto ginásio em um ensurdecedor caldeirão e empurraram o a equipe rubro-negra a uma sólida e incontestável vitória por 77 a 70 sobre o Uberlândia, na final do NBB, disputada em partida única.

É o segundo título da equipe carioca na jovem competição, cuja primeira edição (2008/2009) também foi vencida pelo Flamengo. O Uberlândia, campeão brasileiro em 2004, contra o mesmo adversário, há que se dar por satisfeito pela campanha que fez, chegando à sua primeira decisão da nova liga.

Se a final em partida única, ao contrário das outras fases dos playoffs, jogadas em séries melhor de cinco, pode trazer surpresas, não foi o caso desta vez. E nem tirou do melhor time do campeonato o troféu de campeão. Na temporada regular, o Flamengo venceu 30 vezes, com apenas 4 derrotas, e liderou a classificação de ponta a ponta. No duelo direto com os mineiros, os cariocas venceram os três confrontos.

Não há, portanto, o que se questionar do triunfo rubro-negro, que teve seu maior desafio na série semifinal contra o São José, que forçou um jogo cinco apenas para cair no mesmo cenário da decisão, diante da mesma pressão enfrentada pelo Uberlândia, que não havia perdido nenhum jogo fora de casa nestes playoffs.

O time mineiro bem que se esforçou. Apertou a defesa e limitou o melhor ataque da competição, com média de 90,6 pontos por jogo, a 77 pontos. Em torno do que pretendia o técnico Hélio Rubens: "Se sofrermos até 75 pontos temos grandes chances de ganhar", disse na véspera o comandante dos visitantes. Mas o Flamengo também soube jogar na defesa e não se deixou levar, na maior parte do tempo, pela adrenalina que vinha das arquibancadas.

Teve grande peso na derrota dos mineiros a ausência do ala Gruber por quase dois períodos inteiros. Depois de fazer 18 pontos em menos de 13 minutos, precisou descansar com três faltas apenas no primeiro quarto.

Pelos anfitriões, o pivô Caio Torres teve dia iluminado, e liderou sua equipe com 23 pontos, o cestinha do jogo. O MVP (jogador mais valioso) da temporada, o ala Marquinhos, contribuiu com 16 pontos. Pelos visitantes, Gruber marcou 20 pontos e Cipolini acrescentou 16. O ala Robert Day, destaque do Uberlândia durante a temporada, teve atuação apagada e anotou apenas 8 pontos.

Nos primeiros 10 minutos, o Flamengo dominou, contagiado e empurrado pela euforia da torcida. Chegou a abrir oito pontos de vantagem, mas o entusiasmo acabou por virar precipitação e a margem diminuiu até se tornar desvantagem. O segundo período foi muito ruim para os rubro-negros. Mesmo com Gruber no banco, os flamenguistas fecharam a primeira metade um ponto atrás: 33 a 34 em grande parte pelas 11 tentativas de três pontos que não encontraram a cesta.

O Uberlândia deixou de lado a pressão dos mais de 16 mil presentes na arena. Trabalhava bem a bola, com tempo e espaço para os tiros de perímetro. Não fosse a ausência de Gruber, os mineiros poderiam ter construído vantagem maior durante a pane rubro-negra. O jogo pode ter se decidido aí.

Com um ponto a menos no intervalo, a conversa com o técnico José Neto fez bem ao Flamengo. Mais tranquilos e menos afoitos, os flamenguistas aumentaram a intensidade defensiva e giraram melhor a bola no ataque. Com melhores chances, Duda, Kojo e até Olivinha acertaram cestas de três pontos e levaram os anfitriões a uma parcial de 25 a 15 no terceiro quarto, 58 a 49 no total. A partir daí era administrar.

O Uberlândia tentava voltar para o jogo no último quarto, com Cipolini suando sangue e completando uma série de enterradas. Valtinho chegou a diminuir a diferença para sete pontos com cerca de três minutos para o fim, mas Zanotti acertou outra de três na sequência e basicamente liquidou a fatura.

Uma vitória justa e incontestável, que premiou a união perfeita de um clube de massa com sua torcida. O jogo foi acompanhado por 14.445 pagantes, num total de 16.364 presentes. O título do NBB só foi mais uma comprovação de que o Flamengo pode investir em qualquer esporte, e se o fizer com competência é quase insuperável.

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