A um ano de organizar os Jogos Olímpicos e oito anos depois de ser sede dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil segue não tendo um velódromo coberto para desenvolver o ciclismo de pista. Mesmo assim, conquistou nesta quinta-feira uma medalha de bronze na prova masculina de velocidade por equipes no Pan de Toronto, encerrando um jejum de 20 anos sem ir ao pódio na disciplina.
De Mar del Plata (1995) para cá, o ciclismo de pista do Brasil foi se apequenando, até que a União Ciclística Internacional (UCI) resolveu intervir e levou alguns atletas para treinar no seu centro de formação, na Suíça. Entre eles, os três medalhistas de bronze desta quinta-feira: Flávio Cipriano, Kacio Freitas e Hugo Osteti - este último competia no BMX até o ano passado. O trio, terceiro mais rápido da fase de classificação, deixou a Colômbia para trás na decisão do bronze.
Graças à evolução apresentada por eles e por Gideoni Monteiro - ex-atleta de estrada, que também foi treinar na Suíça -, o Brasil conseguiu pela primeira vez vaga para disputar etapas da Copa do Mundo da modalidade, na temporada passada. No Campeonato Pan-Americano, no fim do ano passado, ganhou duas medalhas.
Assim, passou a sonhar com uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio. Afinal, o ciclismo de pista é a única modalidade no qual não existe a menor possibilidade de o país sede ganhar convite. Hoje, o Brasil tem chances na prova individual de velocidade e no Omnium, com Gideoni.
Quem treina no Brasil não tem um local adequado para evoluir. Os poucos velódromos existentes são de concreto ou cimento, descobertos (e por isso suscetíveis a vento e precipitações) e a maioria não conta com iluminação. Os principais ficam em Americana (SP), Caieiras (SP), Maringá (PR) e Curitiba (PR). A primeira parte de um velódromo construído em Indaiatuba (SP), pelo governo federal, foi entregue no fim do ano passado.
O velódromo do Rio, vale lembrar, foi desmontado em 2013, depois de seis anos subutilizado. Ele não poderia ser sede das competições olímpicas por falhas de engenharia. Já o velódromo construído para o Pan de 1963, em São Paulo, na USP, vinha sendo utilizado para festas universitárias, sem menor condição de uso por ciclistas.
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