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Atual pista da UFPR, usada também pela comunidade, ganhará revestimento oficial | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Atual pista da UFPR, usada também pela comunidade, ganhará revestimento oficial| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Investimento

Estado sofre com atraso para entrega de novos equipamentos

Até 2014, Paraná terá 24 pistas de atletismo cobertas com material sintético, sediadas em universidades, e um Centro de Excelência de Atletismo, em Cascavel, com custo total estimado em R$ 50 milhões. A previsão inicial é de que oito delas estariam prontas em 2012, mas com o atraso de liberação de verbas, nenhuma foi entregue até agora. "Este ano vamos licitar os projetos para Cascavel, Ponta Grossa e Guarapuava. Até o final de 2014, serão 15 pistas entregues para o treinamento de alto rendimento e projetos de atletismo para crianças iniciarem no esporte", afirmou o secretário estadual do Esporte, Evandro Rogério Roman.

Hoje o Paraná tem 12 pistas de atletismo registradas na Federação Paranaense de Atletismo (FAP). A da UFPR se tornaria a 13ª. Seis delas têm piso sintético e a melhor conservada é a do Estádio Willie Davids, em Maringá, certificada pela Iaaf (Federação Internacional das Associações de Atletismo) para eventos internacionais. O local foi reformado em 2009, com o financiamento de R$ 3,6 milhões do Ministério do Esporte. A manutenção do local é feita pelo administrador do estádio e dois zeladores, seguindo recomendações da empresa que venceu a licitação para a instalação da pista emborrachada, a Recoma. "É preciso atenção com o tipo de calçado usado na pista, com a manutenção do sistema de escoamento de águas da chuva para não reduzir a vida útil da pista", destaca o diretor técnico da empresa, Márcio Veiga.

A vinda dos Jogos Olímpicos para o Brasil vai render a Curitiba uma nova pista de atletismo. Como parte dos investimentos para promover o legado olímpico pelo país, o Ministério do Esporte repassou à Universidade Federal do Paraná (UFPR) R$ 7,5 milhões para a construção de um novo campo e uma pista de atletismo, voltada para o treinamento de alto rendimento, que deve ficar pronta em um ano.

O material sintético para o revestimento da nova pista já foi comprado – o produto é o mesmo usado em raias com capacidade de sediar eventos internacionais e custou R$ 2,9 milhões. "O primeiro passo era conseguir trazer esse investimento para cá. Agora, a intenção é iniciar o processo de parcerias para definir quem serão os atletas que vão utilizar o local. Para isso, iniciamos conversas com a Federação de Atletismo do Paraná [FAP] e com a secretaria estadual do Esporte", diz o vice-diretor do Setor de Ciências Biológicas da UFPR e um dos membros da equipe técnica do projeto da construção da pista, Fernando Mezzadri.

Os custos posteriores de manutenção serão assumidos pela UFPR. Hoje, cerca de 20 atletas utilizam o local, sem vínculo oficial, além de alunos da universidade e outros esportistas, como o boxeador Claudiomiro Pedra dos Santos, 32 anos, que há seis meses aproveita a pista forrada de areia para treinos de explosão. "É o melhor local da região para isso. Outros locais bons para correr, como o Jardim Botânico, têm o terreno acidentado, não tão bons para tiros de 100 metros. É uma pena se eu não puder mais usar aqui no futuro", lamenta.

Em Curitiba, a única pista de atletismo revestido com material sintético é da Unicenp. "Ela tem uso restrito, por ser de uma universidade particular. Para grandes competições, está com o piso duro demais. Tínhamos a da PUC-PR, mas a área foi transformada em estacionamento. No Colégio Estadual do Paraná, há uma equipe treinando, mas também precisa de muitos reparos. Uma nova estrutura vai nos permitir realizar mais competições de alto nível, incentivar que mais atletas treinem em alto rendimento", diz o vice-presidente da FAP, Ubiratan Martins Junior.

O projeto está em fase pré-licitatório para definir que empresa será responsável pela construção da pista oficial de 400 m e oito raias; das áreas de salto com vara e salto triplo, duas bases para arremesso de peso, duas para lançamento de dardo, área para lançamento de martelo e disco e salto em altura, sistema de irrigação do campo e drenagem da pista. "Para a Universidade, é um grande ganho para o ensino, visto que os alunos de Educação Física terão contato com os programas realizados em atletismo; para a cidade, além de receber grandes eventos esportivos, é uma chance do desenvolvimento do treinamento em alto rendimento", diz Mezzadri.

O estudante de Geografia Rafael Andrei Freitas Ilara, 29 anos, é um dos alunos da UFPR que utiliza a área para se exercitar e diz não se importar caso o local se torne restrito a atletas. "Talvez essa pista esteja tão descuidada que por isso não atrai atletas. Se uma reforma resulte em incentivo para o desenvolvimento do atletismo, vale a pena. Eu posso encontrar outro lugar para caminhar."

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