Prêmio nacional
Gabriela Yumi recebeu, em dezembro, o título de melhor atleta do ciclismo de pista no Prêmio Brasil Olímpico, promovido anualmente pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Seu nome foi um dos três indicados pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para votação. "Fiquei muito surpresa ao saber que venci. Competi com atletas da elite masculina. Acho que venci por ser a revelação do esporte em 2012", fala.
Além de Gabriela, foram indicados à votação o cearense Gideoni Rodrigues Monteiro, campeão pan-americano da prova de perseguição individual, e o paulista Thiago Duarte Nardin, prata na provas de perseguição por equipes e Madison no Campeonato Pan-Americano. A escolha do vencedor é feita por votação de atletas, dirigentes esportivos e imprensa.
O ano de 2013 é decisivo para a ciclista Gabriela Yumi. Aos 18 anos, foi eleita a melhor atleta brasileira na modalidade de pista em 2012 e, nos próximos 365 dias, coloca à prova o status de revelação dos velódromos em seu primeiro ano de disputa na categoria elite. É o início do projeto pessoal para o Rio-2016.
Em fevereiro, a atleta, nascida em Paranavaí, disputa o Campeonato Pan-Americano, em Águas Calientes (México), com a confiança conquistada nos bons resultados da temporada passada, em que foi campeã pan-americana na prova do Keirín e campeã brasileira de perseguição individual, na categoria Júnior.
Porém, a presença constante de Gabriela nos topos de pódio deve cessar este ano, visto que passa a competir com ciclistas mais velhas e tarimbadas. "Tenho de pensar em melhorar meu tempo e não pensar muito na colocação. O primeiro ano na elite é um ano para ganhar experiência", diz a promessa, que há dois anos treina em Maringá.
Para fazer aumentar o giro dos pedais, a ciclista adiou os planos de entrar na universidade e passou o Natal e o Réveillon treinando em Paranavaí, onde não há pista. "Estou fazendo o treinamento de base. Neste período, o principal são os treinos de resistência e de volume. Então vou para a estrada e percorro trechos da BR-376". explica.
Deixar os livros de lado em 2013 faz parte de um acordo que fez com o pai. "Vai ser um ano decisivo. Se não me tornar uma atleta profissional de qualidade, volto a conciliar os estudos com o ciclismo em 2014. Nesta temporada tenho a chance de ter longos períodos de treinamentos no exterior e vou me dedicar inteiramente ao esporte", diz.
O começo nas pistas foi há apenas dois anos, quando foi contratada pelo Clube Maringaense de Ciclismo/Santa Rita Saúde para competir as provas de estrada. Os bons sprints finais das provas renderam propostas de acelerar no velódromo da Vila Olímpica.
Antes de se dedicar exclusivamente ao esporte, Gabriela se dividia em mais duas modalidades, a natação e a corrida. Aos 9 anos, praticou triatlo para incentivar o irmão mais velho a se exercitar. Aos 15 anos, ela ficou apenas com os pedais.
Daqui para frente, a paranaense quer aproveitar a chance de estar entre as primeiras brasileiras que vão competir uma Olimpíada. "Acho até que o ciclismo de pista feminino nacional terá mais chance de competitividade do que o masculino", aposta.
O ciclismo de pista é um dos esportes que mais distribui medalhas em uma Olimpíada: são 30, somando-se os cinco eventos disputados no masculino e no feminino. Mas o Brasil está longe da concorrência do pódio. Com quatro anos para evoluir exponencialmente, Gabriela reconhece que o tempo é curto, mas confia no próprio trabalho.
"Sei que agora há mais expectativa sobre mim. Já cheguei a me sentir pressionada. Agora, uso isso a meu favor: se esperam muito de mim é porque posso conseguir."
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