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"Lance Armstrong não tem lugar no ciclismo e merece ser esquecido do esporte." Foi assim, com um discurso direto e duro, que o presidente da União Ciclística Internacional (UCI), Pat McQuaid, confirmou o banimento do ex-atleta norte-americano por comandar o mais elaborado esquema de doping da história do esporte. "Este é um dia histórico para o ciclismo", declarou, o dirigente, que acatou o relatório produzido pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada).

A entidade também cassou os sete títulos da Volta da França conquistados por ele entre 1999 e 2005. O nome do ex-ciclista será apagado do livro dos recordes e nenhum competidor herdará os troféus. Assim, não haverá nenhum vencedor oficial nestes anos, segundo antecipou o diretor da competição, Christian Prudhomme. O bronze do ex-atleta nos Jogos de Sydney-2000 também pode ser tomado pelo Comitê Olímpico Internacional – a resposta sai na sexta-feira.

A decisão da UCI acompanha o relatório divulgado pela Usada há duas semanas. Apesar de nunca ter testado positivo para qualquer tipo de substância dopante, o ex-supercampeão foi condenado pelo testemunho de 11 ex-companheiros. No documento elaborado pela Usada, eles confirmavam que o norte-americano utilizava esteroides, EPO e transfusão de sangue para trapacear no esporte. "Fiquei enojado pelo que li no relatório", disse o presidente da UCI, ao citar o testemunho de David Zabriskie. "A história que ele contou sobre como foi coagido a até forçado a se dopar é chocante."

A decisão da UCI deverá ser definitiva porque Armstrong declarou que não pretende levar o caso adiante – poderia recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS). O atleta de 41 anos diz que os resultados negativos nos centenas de testes aos quais foi submetido nos últimos anos provam sua inocência.

Fora das principais com­­pe­­tições, Armstrong tem se dedicado à Fundação Li­­ves­­trong, que tem por objetivo levantar fundos para pesquisas sobre o câncer. No último domingo, antes de saber a palavra final da UCI, ele recebeu o apoio de cerca de 4.300 ciclistas em uma corrida beneficente no Texas. Ele afirmou que tem enfrentado semanas "bem difíceis", diante das acusações de doping.

"Estou um pouco melhor, mas já tive bem mal", declarou o atleta, que abdicou da presidência da sua fundação por causa da repercussão do relatório da Usada. A fortuna pessoal do ex-ciclista é de 96 milhões de euros.

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