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Colônia – Sai o Tor e entra o gol, chega a torcida ao invés da anhängerschaft. Todos atrás da vitória e não mais da sieg das suas seleções, ou manschaft.

Três países e um só idioma transformam o português na língua oficial de Colônia. Angolanos, portugueses e brasileiros darão uma trégua ao alemão neste domingo. Um tributo a Camões e um alívio aos ouvidos de quem não está acostumado ao detalhista e muitas vezes incompreensível linguajar germânico.

Os torcedores de Angola e Portugal estão na cidade a "trabalho". Vão torcer pelas suas equipes, que estréiam esta noite, às 16 horas (de Brasília), no segundo jogo do Grupo D.

A eles juntam-se os brasileiros, cujo quartel general durante a Copa foi estabelecido em Colônia. A seleção brasileira não passará por aqui. Mas Köln (como se escreve em alemão) foi escolhida assim mesmo por ser a mais receptiva e simpática da Alemanha.

Juntando Portugal, a pátria mãe, e as duas ex-colônias, serão mais de 70 mil pessoas falando português pelas ruas antigas, nos bares movimentados, no eficiente metrô e no moderno estádio. Com capacidade para 44,7 mil pessoas, sua reconstrução consumiu 110 milhões de euros.

Para atender tanta gente, o Comitê de Turismo da cidade recrutou pessoas com domínio do idioma para auxiliar na recepção e orientação dos visitantes. Mas os torcedores também se ajudam. "Agora está bem mais fácil para a gente se achar na cidade ou pedir alguma coisa", comentou a brasileira Cristina Gonçalves, animada com a chegada dos patrícios e do povo africano.

A estudante alemã Nora Shuwalsch, de 23 anos, se ofereceu para ser voluntária e assim poder treinar o português, que ela estuda com um professor particular. Outra medida para facilitar a invasão da língua foi a produção de folderes e mapas no idioma a um custo 500 mil euros.

Os cerca de 40 mil torcedores de Portugal chegam à ao país da Copa com uma confiança inédita. Não é exagero. Até muitos dos adversários apostam na seleção como provável grande surpresa. Os fãs são gratos a brasileiros por essa possibilidade. "Deco é o melhor jogador e o Luiz Felipe Scolari devolveu a alegria e a qualidade ao nosso futebol. Temos chance", avaliou Manoel Coimbra. "Só que tem de ser agora, porque essa geração vai acabar e não sabemos quando aparecerá outra", completou João Pereira.

Para os angolanos, o que vale mesmo é a festa. "Nosso futebol está começado. Mas serve ao menos para mostrar um lado positivo do país. Por muitos anos só fomos conhecidos pela guerra civil e pela fome. E além disso, o esporte ajuda na união de Angola", analisou o estudante Joaquim Damião.

São esperados cerca de cinco mil torcedores. Que devem ganhar o reforço dos moradores locais no jogo. "Vamos tentar equilibrar as forças", prometeu um alemão ao um grupo que desembarcava na estação central.

Se os objetivos são diferentes, a opinião é comum. Tantos lusos como africanos consideram o Brasil como o favorito.

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